A Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, por meio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em parceria com a Central de Transplantes do Paraná (CET/PR), realizou neste sábado e domingo (19 e 20), o curso para Capacitação em Determinação de Morte Encefálica (CDME).
Durante o final de semana, 60 médicos que atuam em unidades de tratamento intensivo, emergência e atendimento do paciente grave da rede pública e privada do Estado participaram do curso.
A doação de órgãos só pode acontecer após o diagnóstico de morte encefálica, uma das principais linhas de cuidado em transplantes. Desde 2017, com a publicação da Resolução 2.173 do Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas médicos capacitados podem realizar este diagnóstico.
O Paraná foi o primeiro Estado a oferecer a capacitação, que teve início em 2018, e já habilitou mais de mil médicos para esse diagnóstico.
“Precisamos estimular os profissionais sobre o importante papel que desempenham no processo de doação de órgãos, desde o diagnóstico rápido, passando pelos cuidados médicos de manutenção dos órgãos até o delicado momento de conversar com os familiares sobre a morte. Todas essas etapas precisam ser ágeis para viabilizar a doação”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
CONTEÚDO
O curso, com conteúdo amplo sobre o tema, possibilita que os médicos aperfeiçoem as técnicas de manejo e manutenção hemodinâmica, ou seja, como tratar um paciente para que seja possível concluir o diagnóstico e, caso seja um potencial doador, manter os órgãos viáveis até o momento da doação.
De acordo com o médico e coordenador responsável pelo curso, Luiz Antônio da Costa Sardinha, além de aprender como realizar de maneira correta e segura o diagnóstico de morte encefálica, no curso são oferecidas estratégias para o médico se comunicar com os familiares frente a situações de perda.
A médica responsável técnica do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná (SET/PR), Luana Alves Tannous, diz que o objetivo é qualificar a assistência prestada nos hospitais de todo o Estado. “Com o curso, o paciente em morte encefálica tem o diagnóstico realizado adequadamente conforme a legislação. Isso possibilitará ao Estado uma melhora nos indicadores de qualidade do processo e, consequentemente, no número de doações, refletindo assim em mais transplantes”, explica.
INSTRUTORES
O curso teve como instrutores o médico coordenador de transplantes de Santa Catarina, Joel de Andrade, o médico intensivista Glauco Adriano Westphal e o neurologista Gerson Luís Costa.