Desde o início do Verão Maior Paraná, as equipes de saúde que atuam no Litoral do Estado já prestaram mais de 55 mil atendimentos de urgência e emergência nos sete municípios da região. Apesar da grande demanda, os investimentos do Governo do Estado para reforço da estrutura, equipamentos e efetivo garantiram que os profissionais envolvidos conseguissem prestar um serviço ágil aos diversos tipos de ocorrências médicas.
Com mais de 13 mil atendimentos, a cidade de Paranaguá, que também é a maior da região e sede do Hospital Regional do Litoral, concentrou o maior volume de pacientes no período, desde 16 de janeiro. Na sequência, estão os municípios de Matinhos, com cerca de 12 mil atendimentos, Pontal do Paraná (11 mil), Guaratuba (10 mil), Morretes (5 mil), Antonina (3,5 mil) e Guaraqueçaba (35). Na Ilha do Mel, que pertence a Paranaguá, outras 450 pessoas foram atendidas.
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De forma complementar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já atendeu cerca de 1,2 mil pacientes em situações emergenciais durante este período com os atendimentos pré-hospitalares e encaminhamento às unidades de saúde.
Além dos afogamentos, que aumentaram neste ano de forma proporcional ao crescimento no número de banhistas nas praias, os casos de viroses e traumas compuseram grande parte da demanda de trabalho dos hospitais, Unidades de Pronto Atendimento e postos de saúde. Apesar de um aumento já esperado no tempo de espera em casos mais leves em horários de mais solicitações, as estruturas médicas conseguiram dar vazão à demanda.
INVESTIMENTOS
Já no lançamento do Verão Maior Paraná, em 16 de dezembro, o Governo do Estado fez o repasse de R$ 7,2 milhões oriundos do Fundo Estadual de Saúde para os Fundos Municipais das sete cidades do Litoral (Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná). Conforme resolução da Secretaria de Estado da Saúde, os municípios são responsáveis pela realização das atividades na área, cujo planejamento e execução é fiscalizado pelos Conselhos de Saúde.
Quatro ambulâncias de suporte avançado para o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), somando R$ 2 milhões em recursos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), foram enviadas para ampliar os atendimentos de urgência no Litoral. Os novos veículos integram a maior renovação de frota da história da saúde do Paraná, com quase 100 ambulâncias entregues.
“A Secretaria de Estado da Saúde despendeu um grande volume de recursos para garantir uma assistência plena em saúde a todos que fossem às cidades do nosso Litoral do Paraná”, disse o diretor-geral da Sesa, César Neves. “Isso inclui também o serviço de resgate com aeronaves, em parceria com o BPMOA (Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas), e o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, referência para os casos de maior complexidade na região, com cerca de 1,2 mil já efetuados”.
De acordo com a diretora da 1ª Regional de Saúde de Paranaguá, Carmen Moura, o Estado fez um planejamento prévio para definir a distribuição dos recursos e treinamento das equipes médicas. “Houve uma preparação de meses para que os serviços do Estado e dos municípios estivessem adequados e houvesse condições de atender todos os turistas e moradores do Litoral nesta época”, confirmou.
“O aporte financeiro do Estado fez com que os municípios pudessem adquirir mais materiais e equipamentos, adequar as estruturas físicas e contratar mais profissionais, praticamente dobrando o contingente que já atuava na região”, complementou a gestora da Sesa na região.
RESGATE AÉREO
Uma ferramenta que tem sido essencial para garantir agilidade nos atendimentos mais graves é um helicóptero de uso compartilhado entre o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e o Samu, que é utilizado para patrulhamentos preventivos na orla, além de salvamentos nas praias, estradas e outras áreas de difícil acesso.
Os médicos e enfermeiros que atuam na aeronave possuem pós-graduação em urgência e emergência, transporte aeromédico e medicina aéreo espacial, além de um curso de operador de transporte médico. Um piloto e um copiloto do BPMOA, mais um salva-vidas, quando necessário, completam a equipe envolvida.
“Atendemos todos os agravos de saúde, principalmente nos acidentes que demandem um encaminhamento mais rápido possível”, afirmou o operador de Suporte Médico Rodrigo Vechi.
Além de conseguir acessar locais em que a ambulância não chega, como trilhas em mata fechada e cachoeira, o helicóptero consegue chegar a qualquer ponto do Litoral em no máximo 15 minutos, enquanto os mesmos trajetos de carro ou barco podem levar de duas a três horas. “Essa diferença de tempo é crucial em casos mais graves, como infartos, AVCs, acidentes de trânsito e quedas de cachoeira, por exemplo”, argumentou Vechi.
Segundo o 1º Tenente Higor Tonetto, que atua como copiloto e coordenador de Operações do BPMOA no Litoral, a aeronave de uso compartilhado comporta uma equipe médica completa para que o atendimento seja iniciado já no transporte do paciente até a unidade hospitalar mais próxima. “A aeronave comporta piloto, copiloto, médico, enfermeiro e guarda-vida, além de todos os medicamentos para dar suporte ao paciente, cilindro de oxigênio e equipamentos de monitoramento”, explicou.