As autorizações para doação de órgãos deste ano nos dos hospitais de referência da região - Hospital da Providência, em Apucarana, e Hospital Norte do Paraná (Honpar), de Arapongas já superam o índice do ano passado inteiro. Dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná mostram que, em números absolutos, foram 23 autorizações para captação em 2023, número que cresceu para 25 nos sete primeiros meses do ano.
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No Hospital da Providência de Apucarana, foram 19 autorizações até agora. Em todo ano passado foram 12. Em contrapartida, o número de recusas no hospital também cresceu, o que fez a taxa de conversão cair. Dos familiares de 16 doadores entrevistados no ano passado, quatro recusaram a doação de órgãos, o que resultou em uma taxa de conversão de 75%. Neste ano, dos familiares de 26 doadores entrevistados, sete não aceitaram doar os órgãos dos entes queridos, reduzindo a taxa de conversão de 73%.
No Hospital Norte do Paraná (Honpar) de Arapongas, a taxa de conversão aumentou de 79% para 100%. No ano passado foram realizadas entrevistas com familiares de 14 doadores elegíveis sendo que 11 autorizaram e 3 negaram a doação. Neste ano, todos os familiares dos seis doadores entrevistados autorizaram a doação de órgãos.
O Paraná se mantém como o Estado com maior número de doações por milhão de população (pmp) no País, de acordo com relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). De janeiro a março, o Estado registra 41,6 doações pmp, seguido por Rondônia (40,5 pmp), Santa Catarina (39,4 pmp) e Rio de Janeiro (26,9 pmp). A média nacional é de 19,1 pmp.
Ainda segundo a ABTO, o Paraná também possui a menor taxa de recusa familiar no País, de 25% – 53 dentre as 209 entrevistas realizadas no mesmo período. No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é realizada após a autorização familiar.
“Todo esse trabalho de salvar vidas por meio das doações e transplantes de órgãos só é possível graças à solidariedade do povo paranaense que, em meio a um momento de dor com a perda de familiares e entes queridos, decide realizar a doação e possibilitar que mais vidas sejam salvas”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Os órgãos doados são disponibilizados para pacientes que precisam de transplantes e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
No Paraná, 3,8 mil pessoas aguardam por um transplante, sendo a maioria por transplantes de rim (2.134 pessoas), seguido por córneas (1.420), fígado (245), coração (41), rim/pâncreas (19), pulmão (10) e pâncreas (2). Setembro é o mês de conscientização e incentivo para a doação de órgãos.