Interceptado em maio durante uma tentativa de entrega de celulares, chips e um isqueiro a presos da Cadeia Pública Hildebrando de Souza (CPHS), um drone passou por perícias e já está apto para ser usado em ações de segurança do sistema prisional de Ponta Grossa.
Para isso, a aeronave passou por processos de perícia e análise da Polícia Científica, ações que resultaram no desencadeamento de uma operação integrada das forças de segurança da região.
“O trabalho integrado entre as diversas forças de segurança é o segredo para continuarmos tendo sucesso. Desta vez, a interceptação de drones que tentavam entregar ilícitos na cadeia pública permitiu uma ação da Polícia Civil que resultou na apreensão de outras aeronaves e elucidação de toda a ação’, disse o secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.
Na região, já havia agentes penitenciários habilitados para pilotar a aeronave. “Com operadores habilitados, a tecnologia ampliará o sistema de segurança das unidades, especialmente pela evolução nas tentativas de inserir materiais ilícitos nos estabelecimentos", destaca o coordenador regional do Depen em Ponta Grossa, Luiz Francisco da Silveira.
Antes de ser entregue ao SOE na região, o drone passou por exames periciais junto ao Instituto de Criminalística, da Polícia Científica. “Com o trabalho técnico, de perícia e inteligência, nós conseguimos identificar alguns vestígios importantes para localizar a origem deste drone”, afirmou o engenheiro eletrônico e perito oficial da Polícia Científica, Augusto Pasqualini.
Para o comandante do SOE na região, Sandro Henrique de Campos, a aeronave não tripulada será um reforço importante para as ações de segurança do Departamento Penitenciário na região. “Com este equipamento, o SOE poderá controlar, de forma segura, possíveis ações não permitidas no ambiente externo das unidades penais”, afirmou o agente penitenciário.
OCORRÊNCIA - A apreensão da aeronave aconteceu dia 23 de maio, quando o drone estava sendo usado para a entrega de dois celulares, com bateria, três chips e um isqueiro para presos da Cadeia Pública Hildebrando de Souza. “Começamos a ter notícias de situações como esta em 2019. Assim, passamos a investir em modos de interceptação de aeronaves, Principalmente em horários noturnos’, contou Maurício.
NOVA APREENSÃO - Outro drone foi apreendido no dia 20 de junho, na mesma unidade prisional. Ao notarem o som característico do voo de uma aeronave não tripulada, agentes penitenciários fizeram rondas na unidade e a apreenderam, juntamente com um “kit cadeia’. No pacote, que ficou preso à serpentina do muro, haviam dois celulares, dois cabos USB e um carregador.
“A equipe ouviu o barulho e saiu fazer a inspeção. Ao perceber a movimentação, a pessoa que estava pilotando a aeronave até tentou fazê-la retornar, mas, na manobra, o drone acabou batendo no muro’, contou o diretor da unidade. ‘Assim como da primeira vez, a ação dos agentes foi tão rápida que foi possível capturar o drone”, disse o diretor da CPHS.
OPERAÇÃO - As duas aeronaves passaram pelos exames de perícia e inspeção. “Com as análises, a gente consegue evidências, por exemplo, da origem da aeronave”. Sendo assim, após receber os laudos periciais da Polícia Científica, foi a vez da Polícia Civil atuar, numa mesma operação.Na manhã do dia 30 de juntas, a Polícia Científica, o Departamento Penitenciário e a Polícia Civil desencadearam uma operação de cumprimento de mandados de busca e apreensão em três endereços. A ação resultou na apreensão de mais três drones, todos com controles, e esquipamentos de manutenção.
Uma pessoa também foi presa. Já havia contra ele um mandado de prisão por tráfico e roubo. Além disso, ele é suspeito de ser o operador do aparelho, e ainda é irmão de um preso que estáe custodiado na Hildebrando de Souza, afirmou o delegado-chefe da Delegacia de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma.
“O mais importante é que sempre devemos destacar que a integração das forças de segurança foi o que permitiu chegar a este estágio agora, de elucidar toda ação”, ressaltou o diretor da Cadeia Pública.