A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou a segunda fase da Operação Jasmin nesta terça-feira (1º), que investiga um advogado suspeito de desviar dinheiro público em 2024. A verba era destinada para compra de um medicamento que seria utilizado no tratamento da pequena Yasmin, 11 anos, moradora de Cascavel (PR), que enfrenta um câncer desde os cinco anos.
A menina enfrenta um neuroblastoma, e a doença voltou mesmo após cirurgias, sessões de quimioterapia e um transplante de medula. Ela precisava do remédio Danyelza, que custava mais de R$ 2,4 milhões, isso porque a medicação não é distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O advogado contratado pela família entrou com uma ação judicial contra o Governo do Paraná pedindo a compta emergencial do medicamento.
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Na época, a Justiça decidiu que o governo estadual deveria depositar o valor milionário na conta da empresa que seria responsável por importar os remédios de Yasmin da Índia. A indicação da empresa foi feita pelo advogado. Segundo a família da garota, o valor foi pago à empresa catarinense, no entanto, apenas uma pequena parte da medicação foi entregue e de outra marca. Na sequência, o suspeito abandonou o caso.
A PCPR investiga o caso desde então. Conforme a delegada Thais Zanatta, as provas colhidas até o momento indicam que o advogado recebeu "recompensa" por ter conseguido liberar o valor milionário para a empresa que ele indicou. "Esse dinheiro [do Governo do Paraná] foi passado para uma conta fraudulenta e ele [advogado] recebeu parte desse valor como uma recompensa por ter conseguido liberar o dinheiro para essa empresa. [...] Nós já possuímos provas contra ele, essa prova está na quebra do sigilo bancário. Já conseguimos provar que ele recebeu cerca de R$ 50 mil dos valores que foram retirados do Estado", afirmou a delegada.
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Noves mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira, em Foz do Iguaçu, Santo Antônio do Sudoeste, Curitiba e Maricá (RJ). Além do advogado, dois filhos dele também são alvos da operação. Segundo a polícia, eles são sócios de uma empresa que registrou a movimentação do dinheiro suspeito de desvio. Um outro homem, suspeito de ser o intermediário entre o advogado e o dono da empresa importadora, também foi alvo das investigações.
Em julho do ano passado, o Governo do Paraná fez nova compra dos medicamentos para Yasmin, que ainda faz tratamento contra o câncer em Cascavel. Segundo a mãe, Daniele Campos, a menina está bem e em casa.