Estrondo em fórum de Londrina foi provocado por terremoto, confirma USP

Autor: Da Redação,
sábado, 23/01/2016
Pessoas evacuaram edifício por causa do tremor - Erivelton Afonso/WhatsApp Grupo Folha/Bonde

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (SP) confirmou que o abalo sentido por funcionários do fórum e da Câmara de Vereadores de Londrina, no norte do Paraná, na tarde de quinta-feira (21), foi um terremoto de 1,8 de intensidade. Desde 14 de dezembro de 2015, quando começaram os tremores, esse já é o 11° registro de abalo sísmico confirmado pela USP.“Foi feita uma vistoria do fórum, e o relatório deve ser entregue ainda nesta sexta-feira. Casos similares foram registrados em Arapongas.

O relatório terá uma análise completa da estrutura do prédio. Porém, as equipes já me adiantaram que o prédio não oferece risco”, afirma o diretor do fórum, juiz Luiz Valério. Há aproximadamente uma semana, o Centro de Sismologia da USP registrou oito abalos sísmicos que ocorreram entre 10 e 12 de janeiro. As intensidades dos tremores variaram entre 1,1 e 1,7. Nos dias 14 de dezembro de 2015 e 1° de janeiro de 2016 também foram confirmados dois terremotos, conforme a RPC TV.

ROCHAS NO SUBSOLO - O professor de geofísica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) João Paulo Pinese, um dos responsáveis pelos estudos dos tremores na cidade, acredita que esses abalos estão ocorrendo em rochas que ficam no subsolo.De acordo com Pinese, essas rochas devem estar se acomodando, e por isso ocorrem os tremores.

No entanto, o pesquisador não descarta que os tremores estejam ocorrendo devido a ações realizadas pelo homem. “Preliminarmente, as análises das ondas mostraram uma característica natural, as ondas percorriam as rochas basálticas que ficam no subsolo de Londrina. Mas, não descartamos a interferência humana”, explica o professor José Paulo Pinese.

Várias edificações apresentaram rachaduras. Os moradores lembram que o problema começou assim que obras de uma adutora da Sanepar foi concluída. Já Sanepar alega que a argumenta não tem relação com os tremores.A Prefeitura de Londrina informou que o relatório completo dos dados captados pelos sismógrafos deve ser entregue na segunda-feira (25).

Pedreiro Francisco Batista Filho, 56 anos, mostra rachadura em casa,
na cidade de Arapongas - (Foto: Sérgio Rodrigo - Tribuna do Norte)


ARAPONGAS
Em Arapongas, moradores também sentiram tremores de terra nas últimas semanas e várias edificações tiveram rachaduras. Os abalos também são analisados por especialistas da USP.