De atleta contratado como simples aposta no clube em um momento de turbulência a um dos jogadores mais valorizados da equipe ao final do Campeonato Brasileiro. Esta foi a trajetória do goleiro Hugo Souza no Corinthians, que foi coroada ao final da competição com a conquista da vaga para a fase preliminar da Copa Libertadores.
De julho para cá, muita coisa mudou na vida do atleta. Identificado com a torcida, ele exaltou a paixão dos corintianos nas arquibancadas e afirmou que o apoio foi fundamental para que o time paulista deixasse de frequentar a zona do rebaixamento.
"Quem trabalha no Corinthians sabe o que é viver lá dentro. Quando cheguei, o momento não era bom, mas do portão para dentro era uma paz que não sei explicar. E a torcida do Corinthians teve um papel incrível nessa arrancada. Eles apoiaram o tempo todo. Isso foi importante para dar o salto na tabela", afirmou o goleiro em entrevista ao SporTV.
Além da força vinda das arquibancadas, o atleta enalteceu a união do grupo e disse que a boa fase vivida em São Paulo dá espaço até para sonhos maiores, como o de ser convocado para a seleção brasileira.
"Sabíamos que a mudança de chave dependia de nós. Esse elenco é o mais unido que vi na carreira. E confesso que sou um pouquinho ambicioso. Há seis meses eu estava sem clube e o Corinthians é um lugar que me proporciona (esse sonho)."
O racismo no futebol também entrou na pauta das perguntas. Barbosa, goleiro negro que disputou a Copa de 1950 é o maior símbolo do preconceito que cerca não só a modalidade, mas a posição. Sobre o assunto, Hugo manifestou seu pensamento.
"Pesa sim. Falando de mim, uma falha minha vai ser muito mais passada para frente do que a de outro goleiro branco. O John (goleiro negro do Botafogo) foi premiado. A gente tem se provado e essa palhaçada tem que acabar", comentou o goleiro.