Rayssa Leal tira 9,1 na última nota e é tricampeã do Super Crown

Autor: Bruno Accorsi (via Agência Estado),
domingo, 15/12/2024
Rayssa Leal foi coroada campeã da temporada 2024 da Street League Skateboarding

Fadinha, não. Rainha do Skate. Rayssa Leal foi coroada campeã da temporada 2024 da Street League Skateboarding (SLS), a liga mundial de street, ao vencer o Super Crown neste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, que recebeu o evento pelo segundo ano consecutivo. Sentindo-se em casa em solo paulistano, onde contou com o apoio incondicional dos fãs, a maranhense de 16 anos venceu as duas edições anteriores e, portanto, é tricampeã.

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Com a apresentação frente a um público de 9,5 mil pessoas, a skatista brasileira encerra um ano de muitas conquistas. Entre as mais importantes, está a sofrida medalha de bronze alcançada nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Durante o circuito da SLS, venceu as etapas de San Diego e Tóquio, além de ter ficado em quarto lugar em Sydney e em segundo em Paris.

No atual do formato da liga mundial, os skatistas somam pontos durante etapas disputadas ao longo do ano, e os melhores colocados se classificam para a etapa final. São 10 classificados entre as mulheres e 17 entre os homens.

Rayssa chegou à final como segunda colocada do ranking da SLS, atrás apenas da japonesa Liz Akama, de 15 anos, e empatada em 370 pontos com a australiana Chloe Covell, de 14. As três garantiram vaga direta na final do Super Crown e não precisaram disputar a fase preliminar, no sábado, que terminou com mais três japonesas classificadas à decisão. Avançaram a atual campeã olímpica Coco Yoshizawa e a medalhista de ouro em Tóquio, Momiji Nishiya, além de Yumeka Oda.

A DISPUTA

Durante a prova, cada skatista apresentou duas voltas de 45 segundos pela pista e cinco manobras individuais. A nota final foi formada pela soma das quatro pontuações mais altas em ambas as seções, com apenas uma pontuação máxima de uma linha sendo contada para a pontuação final.

Em sua primeira volta, Rayssa mostrou muita classe e técnica. Escolheu bem os obstáculos, com combinações de "flips" e "grinds" nos corrimãos e caixotes para arrancar nota 8,2 dos juízes e assumir a liderança, desbancando a até então líder Coco Yoshizawa, que tinha 8,1. A primeira rodada de voltas terminou com Chloe Covell fechando o Top 3.

A segunda bateria de voltas teve Covell elevando o nível da disputa com um "switch flip" na escada, somando 8,6. Em resposta, Rayssa abriu sua volta com duas variações de "flips" e fechou no corrimão para arrancar uma explosão de aplausos no Ginásio do Ibirapuera. Melhorou a própria nota, descartando o 8,2 e subindo para 8,5, mas terminou a rodada em segundo, atrás da australiana.

Então, veio a primeira de cinco rodadas de manobras. Quando chegou a vez de Rayssa, Yoshizawa havia acabado de conseguir a nota mais alta do dia, um 8,7, para assumir a liderança com 16,8. A brasileira tentou uma manobra de alta dificuldade e caiu, por isso zerou e foi para a quinta colocação. Pouco depois, Momiji Nishya arrancou um 8,9 e virou a líder, com 22,2 no total, seguida por Yoshizawa e Covell.

Assim como na rodada anterior, Rayssa foi ao chão em sua segunda tentativa de manobra. Estacionada com os 8,5 de sua melhor volta, a maranhense continuava em quinto lugar. As japonesas Akama, Nishya e Yoshizawa fechavam o Top 3.

Na terceira tentativa, um "frontside bluntslide shove-it", manobra de deslizamento no corrimão encerrada com um giro do skate, rendeu uma nota 9,1 para Rayssa fazer soar a sirene do Nine Club. Notas iguais ou acima de nove são dadas apenas para as manobras de nível mais difícil. Foi a pontuação mais alta da brasileira em uma manobra na SLS. Mas o nível estava muito alto e Yumeka Oda arrancou um 9,4 dos juízes.

Como caiu duas vezes e obteve dois zeros, Rayssa continuava em sexto lugar quando começou a quarta rodada de voltas, na qual tirou um 8,7 que a colocou na liderança provisória, com 26,3. Na última volta, ela inflamou a torcida, cravou um 9,1 e se emocionou com mais uma taça em sua galeria de títulos.