O Ibovespa abriu em alta nesta quinta-feira, 7, impulsionado pela valorização do minério de ferro e em menor medida pelos índices futuros de ações norte-americanos, antes da decisão sobre juros nos Estados Unidos. À tarde, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve cortar a taxa básica em 0,25 ponto porcentual. Em seguida, haverá entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, o que será acompanhado ainda mais com afinco após a vitória de Donal Trump à presidência do país.
Ao mesmo tempo, os investidores aguaram um possível anúncio do pacote de corte de gastos pelo governo. O tema foi mencionado na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano, como o esperado.
Em meio às incertezas fiscais, a Monte Bravo está avaliando sua expectativa para o juro básico no final do ciclo de alta. "Provavelmente vamos elevar a taxa final de ciclo de 12% para 12,75%", diz o estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias.
Nesta manhã, ministros da equipe econômica estão reunidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília para definir o corte de gastos. "O mercado ficou mais leve com essa possibilidade de divulgação do pacote depois de tanta pressão", pontua Felipe Moura, analista da Finacap. "Parece que está tudo encaminhado. Pode ser que venha um pacote decente crível", completa Moura.
Há pouco, o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, Marcus Cavalcanti, disse que há um descontrole na concessão do Bolsa Família. Segundo ele, ajustes serão feitos pelo governo no Bolsa Família. "Qualquer declaração positiva vai somando", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Ainda conforme Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, ainda há dúvidas em relação ao tamanho do pacote. De todo modo, vê com bons olhos a possibilidade de alguns ajustes, "alguns filtros", como possivelmente no Bolsa Família. "Se houver um melhor direcionamento, um pente-fino é bom."
Contudo, há alguns relatos de que o plano seja anunciado somente na semana que vem. Ainda assim, Laatus continua otimista, em meio à percepção de que o plano de corte de gastos sairá logo e poderá agradar, ao indicar credibilidade. "Está todo mundo alinhado, vai sair", estima o estrategista
A safra de balanço brasileira é outro vetor de movimentação do Índice Bovespa. Entre ontem à noite e hoje saíram vários resultados e ainda serão informados outros após o fechamento da B3, como Petrobras e Magazine Luiza.
De olho na vitória de Trump e nas incertezas fiscais no Brasil, ontem, o principal indicador da B3 fechou em queda de 0,24% aos 130.340,92 pontos.
Às 11h16, o Ibovespa subia 0,51%, aos 131.006,53 pontos, ante alta de 0,75%, aos 131.319,41 pontos, na máxima, depois de abrir na mínima em 130.269,22 pontos, com variação zero.
Vale subia 1,60%, com o minério de ferro tendo fechado com valorização de 2,11% em Dalian, na China, onde o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo chinês lance um agressivo pacote no fim da sua reunião desta semana, que termina amanhã. O petróleo, contudo, cedia, na contramão da elevação moderada dos índices futuros de ações em Nova York. Petrobrás operava com queda de 0,05% (ON) e alta de 0,06% (PN).