O dólar opera em baixa moderada na manhã desta quarta-feira, 14, ampliando perdas para mais de 4% em junho, influenciado pela desvalorização predominante no exterior em meio a apetite leve por ativos de risco. Na mínima intradia, o dólar à vista recuou a R$ 4,8515 (-0,22%) e, na máxima, registrou R$ 4,8635 (+0,02%).
Investidores voltam a reduzir posições cambiais compradas induzidos por expectativas de interrupção nesta quarta no ciclo de alta de juros do Federal Reserve, após dez elevações consecutivas desde março de 2022. O PPI dos EUA (9h30) poderá balizar as apostas de retomada de alta de juros em julho, que se tornaram majoritárias ontem, em meio a sinais de inflação resistente.
Ajudam também nos ajustes do dólar a persistente alta do petróleo, após relatório da AIE sobre a demanda global e expectativas de novos cortes de juros de longo prazo pelo banco central da China (PBoC) na próxima semana, após redução de taxas de curto prazo e em operações de recompra anunciadas ontem.
Na renda fixa, os juros futuros recuam na esteira do dólar e dos rendimentos dos Treasuries. Os investidores locais digerem ainda os dados de varejo restrito e ampliado em abril, que vieram mistos.
No radar estão ainda as discussões para acelerar a votação do arcabouço fiscal no Senado e a tramitação da reforma tributária na Câmara.
O relator da proposta fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou na noite de terça-feira, 13, que a equipe econômica prefere não atrasar a tramitação do arcabouço em nome de eventuais alterações que possam garantir maior espaço para as despesas discricionárias em 2024. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pactuou com Aziz "parcimônia" na discussão sobre eventuais ajustes no texto, caso eles se apresentem necessários.
Haddad confirmou também que a pasta ainda tentará sensibilizar o Parlamento para debater a desoneração da folha de pagamentos no segundo semestre, dentro da segunda fase da reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ao Estadão/Broadcast que os setores econômicos dão sinais de que estão de acordo com a reforma tributária e que avistou ruído, nos últimos dias, apenas entre os governadores.
Às 9h28 desta quarta, o dólar à vista recuava 0,21%, a R$ 4,8525. O dólar para julho cedia 0,28%, a R$ 4,8675.