Se aprovada na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras, agendada para 25 de abril, a distribuição de dividendos da estatal pode alcançar R$ 72,4 bilhões em 2023, valor inferior aos dividendos extraordinários pagos no último biênio (média anual de R$ 155,7 bilhões), mas 12 vezes maior que a média observada entre 2003 e 2020 (R$ 5,9 bilhões), informou o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos.
Santos destacou que após anos de desmonte, venda de ativos estratégicos e descapitalização via pagamento de mega dividendos, a Petrobras mostrou resiliência no ano passado, ampliou investimentos e fechou 2023 com um lucro líquido positivo de R$ 124,6 bilhões, o segundo maior de sua história.
O mercado consumidor nacional e o desempenho operacional foram decisivos para o resultado anual, avaliou. "A expectativa do Ineep é que a companhia retome um forte plano de investimentos, tanto na direção da garantia da segurança energética nacional quanto da economia de baixo carbono", acrescentou.
A Petrobras informou na noite da quinta-feira que o lucro do ano passado teve queda de 33,8% em relação ao ano anterior, puxado principalmente pelo recuo do preço do petróleo de um ano para outro - de US$ 101/barril em 2022 para US$ 82,62/barril em 2023.