Dieese: 87,8% dos reajustes salariais em junho foram acima da inflação

Autor: Letícia Naome (via Agência Estado),
segunda-feira, 22/07/2024

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou que 87,8% das negociações de reajustes salariais referentes à data-base em junho ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). Já em 8,8% dos casos, não houve perdas inflacionárias, enquanto 3,3% ficaram abaixo do INPC.

De acordo com a Dieese, a data-base de junho é a sétima seguida em que mais de 80% das categorias apresentaram ganhos salariais acima da inflação. "Esse quadro de relativa estabilidade em níveis elevados contrasta com o observado no segundo semestre de 2023, de piora crescente nos resultados das negociações entre agosto e novembro", avalia.

A entidade aponta que a variação média dos reajustes de junho foi de 1,67%. O valor é superior ao registrado nos demais meses do ano, com exceção de maio e janeiro, em que as variações foram de 1,74% e 1,71%, respectivamente.

Prévia do primeiro semestre de 2024

O boletim da entidade destaca que, com a inclusão dos reajustes salariais de junho, é possível ter uma prévia do cenário do primeiro semestre deste ano. Durante o período, foi verificado que em cerca de 86% das 6.728 negociações o aumento do reajuste salarial foi acima do INPC, ao passo que 11% se equipararam à inflação e 3% ficaram abaixo do indicador de preços. No momento, a variação real média no primeiro semestre de 2024 é de 1,59%.

Setores

Na indústria e no setor de serviços - os quais apresentaram 2.055 e 3.449 reajustes, respectivamente -, os ganhos reais salariais ocorreram 87% dos casos. No comércio, foram 827 negociações de ajustes nas remunerações, sendo que 76,5% superaram a inflação.

Nos reajustes sem perdas inflacionárias, o comércio aparece em primeiro, com 21,4%, seguido da indústria (9,6%) e dos serviços (9,2%).

Em relação ao porcentual de salários ajustados abaixo do INPC, 3,3% ocorreu na indústria, 3,2%, nos serviços, e o menor valor observado foi observado no comércio (2,1%).