A alta de 1,9 ponto no Índice de Confiança de Serviços (ICS) na passagem de dezembro para janeiro interrompeu recuos consecutivos registrados nos últimos cinco meses, na série com ajuste sazonal, e atingiu 95,7 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 30. Este é o maior nível do ICS desde outubro de 2022 (97,6 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICS avançou 0,6 ponto.
"Após um fim de ano desafiador para o setor de serviços, 2024 se inicia com melhora na confiança. Apesar disso, a percepção sobre a situação atual ratifica a perda de fôlego do setor observada desde o segundo semestre de 2023", avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.
Segundo ele, melhores avaliações na demanda para o primeiro trimestre do ano e a redução do pessimismo sobre o ambiente de negócios podem refletir na volta do crescimento do setor, ainda mais pela disseminação entre os principais setores.
"A melhora difusa das expectativas pode ter relação com a esperança do empresário de encontrar um ambiente macroeconômico de manutenção da queda na taxa de juros e de redução do endividamento das famílias e da melhora da confiança dos consumidores e do mercado de trabalho", explicou.
O resultado do ICS, neste mês, foi influenciado exclusivamente pela melhora das expectativas para os próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-S) avançou 6,4 pontos, para 95,0 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (97,3 pontos). Já o Índice de Situação Atual (ISA-S) recuou 2,7 pontos, para 96,4 pontos.
Os dois componentes do ISA-S recuaram: o indicador de situação atual dos negócios caiu 3,1 pontos, para 97,4 pontos, e o de volume da demanda atual recuou 2,3 pontos, para 95,4 pontos.
No âmbito das expectativas, ambos componentes do IE-S subiram: o que mede a demanda prevista nos próximos três meses avançou 8,1 pontos, para 95,5 pontos, enquanto o de tendência dos negócios nos próximos seis meses cresceu 4,8 pontos, para 94,7 pontos. Ambos alcançaram o maior patamar desde outubro de 2022 (96,8 e 97,7 pontos, respectivamente).