Caixa Seguridade tem lucro líquido recorrente de R$ 820,1 Mi no 1º trimestre, alta de 47,2%

Autor: Matheus Piovesana (via Agência Estado),
quarta-feira, 10/05/2023

A Caixa Seguridade, holding de seguros, previdência e capitalização da Caixa Econômica Federal (CEF), registrou lucro líquido recorrente de R$ 820,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, número 47,2% maior que o do mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2022, houve alta de 8,9%, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 10.

O lucro recorrente, que foi o maior da história da companhia, exclui do resultado o impacto do recebimento dos recursos referente às vendas das participações da companhia na CNP Capitalização e na Previsul. O efeito foi de R$ 20,3 milhões, reconhecido no lucro líquido contábil, que foi de R$ 840,1 milhões, alta de 50,9% em um ano.

As receitas operacionais da holding foram de R$ 1,086 bilhão, volume também recorde e 54,9% maior que o do mesmo intervalo de 2022. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, houve crescimento de 9,8%.

Segundo a Caixa Seguridade, o destaque veio das receitas de participações societárias, que respondem por mais da metade do total, e que cresceram 63,8% em um ano, para R$ 613,4 milhões. Os destaques foram a Caixa Vida e Previdência, a Caixa Residencial e também a Caixa Capitalização.

No comissionamento, que inclui o acesso à rede do banco, o uso da marca e receitas com comissões e corretagem, o crescimento foi de 44,8% no comparativo anual, para R$ 473,5 milhões. A maior parte, ou R$ 433,2 milhões, veio das receitas de corretagem, que aumentaram 51,7% no período.

Seguros

Em seguros, a Caixa Seguridade anotou prêmios emitidos de R$ 2,231 bilhões, um aumento de 16,2% no comparativo anual, e de 11,1% em relação ao quarto trimestre de 2022. Em 12 meses, o produto de maior crescimento foi o prestamista, que é vendido em associação com operações de crédito da Caixa, e que teve R$ 562,3 milhões em prêmios emitidos, alta de 36,1%.

Segundo a companhia, o crescimento reflete a retomada das concessões da Caixa para pessoas jurídicas, o que inclui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Também houve uma maior participação em operações de crédito consignado.

Em relação ao quarto trimestre de 2022, o produto teve alta de 78,9%. O prestamista serve como termômetro para o apetite de crédito do banco público, que foi restringido no final do ano passado diante de uma redução nos índices de liquidez. A Caixa retomou concessões no começo deste ano.

No ramo de maior peso nos prêmios, o habitacional, a Caixa Seguridade cresceu 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 777 milhões em prêmios.

A sinistralidade dos seguros da empresa caiu 2,6 pontos porcentuais em base anual, para 23,9%, número 4,5 pontos menor que o registrado no trimestre encerrado em dezembro do ano passado. Neste segundo caso, a Caixa Seguridade afirma que houve um crescimento não recorrente no final de 2022, decorrente da revisão do modelo de provisionamento com ações judiciais ligadas à sinistros da carteira em descontinuidade (run-off) do ramo habitacional.

Previdência

No primeiro trimestre deste ano, a Caixa Seguridade obteve R$ 6,287 bilhões em receitas com planos de previdência, volume 25,9% menor que o do mesmo período do ano passado. A holding afirma que o segmento continua impactado pela maior concorrência pela captação dos recursos dos clientes dentro da rede da Caixa.

Desde o final do ano passado, o banco tem direcionado os clientes a outras formas de captação, como os depósitos à vista e a prazo, que podem ser utilizados na concessão de crédito. A previdência privada não pode ser utilizada com este fim.

As reservas totais de previdência da Caixa Vida e Previdência somavam R$ 138,3 bilhões no final do trimestre, crescimento de 18,5% nos 12 meses anteriores, e de 3,4% em relação a dezembro de 2022. A captação líquida no trimestre foi de R$ 744,2 milhões.

As rendas com taxas de gestão cresceram 18,2% em um ano, para R$ 394,9 milhões, graças ao maior montante administrado. Em comparativo anual, a taxa média de administração caiu 0,03 ponto porcentual, para 1,18%.