Bolsas de NY fecham em queda e Dow Jones tem série mais prolongada de perdas desde anos 70

Autor: Patricia Lara (via Agência Estado),
terça-feira, 17/12/2024

As bolsas de Nova York tomaram o mesmo rumo de queda nesta terça-feira, 17, com o índice Dow Jones completando nove quedas seguidas, a série mais prolongada de perdas desde 1978, segundo a CNBC. As ações foram limitadas pela cautela com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decretar um pausa no alívio monetário após o aguardado corte da taxa de juros no encontro da quarta-feira, 18.

O Dow Jones caiu 0,61%, aos 43.449,90 pontos. O Nasdaq perdeu 0,32%, aos 20.109,06 pontos. O S&P 500 retrocedeu 0,39%, aos 6.050,61 pontos. Os índices mostraram uma coesão na queda, um rompimento do padrão recente em que o Dow Jones não conseguiu acompanhar o ímpeto do Nasdaq e do S&P.

As ações da Unitedhealth seguiram trazendo a principal contribuição negativa em termos porcentuais ao Dow Jones, fechando em baixa de 2,61%. Outras pressões de destaque vieram da Home Depot (-2,10%) e Goldman Sachs (-1,78%). A Nvidia cedeu 1,02%. Na direção oposta, papéis ligados aos ciclos econômicos subiram, como os da Coca-Cola (1,39%) e Johnson & Johnson (2,07%).

As ações da Teva Pharmaceutical saltaram 26% após resultado positivo de medicamento para inflamação intestinal em testes.

Na véspera da decisão do Fed, as vendas no varejo dos EUA subiram acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, enquanto a produção industrial americana mostrou uma inesperada queda. Mas o foco de atenção de Wall Street está na reunião do Fed, que termina na terça. Está amplamente precificado uma nova redução nas taxas americanas, a terceira desde que o BC dos EUA começou o processo de flexibilização monetária no país, em setembro último.

Mesmo com a queda nesta terça, o Julius Baer afirmou que segue otimista em relação às ações norte-americanas. "A volatilidade do mercado acionário diminuiu em paralelo com a diminuição da incerteza macroeconômica", avaliou o banco. "Considerando a nossa previsão de um crescimento de 10% nos lucros, impulsionado pelo alargamento da amplitude do mercado, continuamos otimistas em relação às ações dos EUA, especialmente ao S&P 500."

A amplitude do mercado se refere a um conjunto de indicadores técnicos que avaliam o avanço e o declínio do preço de um determinado índice de ações. O Julius Baer projeta que o S&P poderá atingir 6.450 pontos no fim de 2025.