A produção de motos voltou a recuar em outubro, quando a seca do rio Amazonas e afluentes dificultou o transporte fluvial de componentes às montadoras do polo industrial de Manaus (AM). Na comparação com setembro, a produção de motocicletas recuou 6,4%, conforme balanço divulgado nesta terça-feira, 14, pela Abraciclo, a associação que representa as fábricas de veículos de duas rodas.
Vale lembrar que em setembro, a produção já tinha recuado 14,5% na margem - ou seja, ante agosto, quando o volume de motos fabricadas foi o maior em uma década.
No total, 131,3 mil motocicletas foram montadas em outubro, 4,4% a menos do que o número registrado no mesmo mês de 2022. No mês passado, a baixa do rio impediu a entrada na região dos grandes navios, obrigando as fábricas a recorrer a alternativas que tornaram a logística mais lenta, caso do transporte de cargas por balsas, ou mais cara, como o transporte de componentes por aviões.
A situação exigiu que as montadoras fizessem rearranjos nas linhas de montagem - adiando a produção dos modelos para os quais faltavam peças -, até o ponto em que não foi possível mais seguir a produção. Nos dez primeiros dias de novembro, a Yamaha, segunda maior montadora de motos do País, antecipou férias coletivas e parou a fábrica de Manaus em virtude das dificuldades tanto da chegada de insumos quanto do escoamento da produção.
O resultado no ano, porém, segue amplamente positivo, como reflexo do crescimento do mercado, que tem sido impulsionado pela expansão dos serviços de entrega (delivery), bem como pela substituição dos carros por veículos mais baratos e econômicos.
De acordo com o balanço da Abraciclo, 1,32 milhão de motos foram produzidas de janeiro a outubro, 10,4% a mais do que o total do mesmo período de 2022 e o melhor resultado, entre iguais períodos, em dez anos.
"A indústria opera dentro do que foi planejado e segue o seu ritmo de produção para atender à demanda do mercado que continua em alta", comentou o presidente da Abraciclo, Marcos Bento. A previsão da entidade é terminar 2023 com 1,56 milhão de motos produzidas, o que corresponde a um crescimento de 10,4% em relação ao resultado de 2022.