Mantega elogia decisão da China de elevar juros do crédito

Autor: Da Redação,
terça-feira, 19/10/2010


O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que a decisão da China de elevar, a partir de amanhã, as taxas de juros para o crédito - de 5,31% para 5,56% ao ano - é uma boa medida para amenizar a crise cambial que afeta países desenvolvidos e emergentes. A China anunciou a alta das taxas na moeda local, yuan, como forma de combater a inflação, mas o aperto monetário chinês deverá ter consequências na economia global.
 

“Ajuda sim e pode valorizar um pouco a moeda deles. Então, é bom que ela suba as taxas. Vai na direção correta. Estão colaborando”, disse o ministro ao chegar a Brasília vindo de São Paulo.
 

É a primeira medida da China de aperto na política monetária desde o fim de 2007. Além de elevar a taxa para o crédito, houve ainda uma alteração na taxa de depósitos bancários de 2,25% para 2,5%. Os chineses têm sido criticados constantemente por manter o yuan artificialmente desvalorizado, o que faz com que os produtos chineses fiquem mais baratos e as exportações, mais competitivas.
 

A atual crise pela provocada pela desvalorização do dólar tem afetado, principalmente, os países emergentes, que estão atraindo cada vez mais capital externo em busca de rentabilidade mais elevada. É o caso do Brasil, que tem sido cada vez mais procurado pelos investidores estrangeiros. O excesso de moeda norte-americana em investimentos de curto prazo preocupa a equipe econômica, a ponto de o ministro da fazenda, Guido Mantega, anunciar uma série de medidas para conter a entrada de capital especulativo no país e dar preferência aos recursos destinados aos investimentos de longo prazo.
 

Ontem (18), o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nova elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para tentar equilibrar a relação entre o real sobrevalorizado e o dólar em constante depreciação. O IOF passou de 4% para 6% sobre investimentos de estrangeiros em renda fixa. O governo também elevou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado futuro.