Bancários de SP encerram paralisação de 15 dias

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 14/10/2010
Bancários de SP votaram pelo fim da greve nesta quarta-feira (13)

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (13) em São Paulo, os funcionários dos bancos privados, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil decidiram – por unanimidade – aceitar a proposta de reajuste de 7,5% da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Com isso, a categoria interrompeu a greve, que já durava 15 dias, e os bancos deverão funcionar normalmente nesta quinta-feira (14). Funcionários de bancos de outros Estados brasileiros ainda estão votando, em assembleia, se aceitam ou não a proposta da Fenaban.

Em Brasília e Belo Horizonte, por exemplo, os trabalhadores de bancos privados, da Caixa e do Banco do Brasil aceitaram o reajuste e também encerraram a paralisação. Em Porto Alegre, entretanto, apenas os funcionários dos bancos privados aprovaram a proposta.

No Rio de Janeiro, somente os funcionários da Caixa Econômica Federal rejeitaram a proposta e permanecerão em greve. Já em Pernambuco, foram os empregados do Banco do Brasil que recusaram o acordo.

A Fenaban ofereceu o reajuste para quem ganha até R$ 5.250 – medida que afeta 85% dos bancários. Quem ganha mais do que isso vai receber um adicional fixo de R$ 393,75, ou a correção de 4,29%, índice que corresponde à inflação do período – cerca de 5% dos bancários se encaixam nessa faixa. Neste caso, valerá o maior valor.

No início da paralisação, os empregados das instituições financeiras pediam reajuste de 11% nos salários, mas a Fenaban queria repassar 4,29% de aumento - valor que representa apenas a reposição da inflação acumulada entre setembro de 2009 e agosto passado.

Em relação ao piso salarial, o escriturário (cargo de entrada no banco) passará a ganhar R$ 1.250 – alta de 11,54% em relação ao valor atual. O caixa, incluindo a gratificação e outras verbas, passará a receber R$ 1.709 - um aumento de 13,82%.

A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, comemorou, além do aumento salarial, os progressos quanto ao tratamento dos funcionários.

- Além das questões econômicas, saímos dessa campanha com avanços em reivindicações prioritárias: segurança e saúde, principalmente no combate a um dos maiores vilões da categoria, o assédio moral.

O Brasil tem cerca de 19,5 mil unidades bancárias, segundo o site do Banco Central. Como a greve parou 8.280 agências no seu ápice, atingiu 42,3% do total no país, segundo o dado divulgado pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que é ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Um acordo firmado entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban assegura que os bancos não vão descontar os dias parados durante a greve.

Segundo Juvandia, "os bancários estavam exercendo um direito legítimo e constitucional e não podem ser penalizados". Entretanto, os funcionários terão que fazer horas extras para compensar a paralisação.