Juros longos caem puxados por dólar e Treasuries

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/07/2014

As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos recuaram nesta segunda-feira, 21, influenciadas pela baixa do dólar ante o real, pela pesquisa Sensus sobre a eleição presidencial e pela baixa dos yields dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano). Na ponta curta de juros, no entanto, o viés foi de alta, com o mercado reagindo a declarações de fonte do governo, dadas na última sexta-feira, de que não se justifica uma mudança "radical" na interpretação do último comunicado do Copom.

Na pesquisa Sensus, Dilma Rousseff oscilou de 32,2% das intenções em junho para 31,6% agora. O candidato Aécio Neves foi de 21,5% para 21,1%. Já Eduardo Campos passou de 7,5% para 7,2%. Nas simulações de segundo turno, no cenário com Aécio Neves, o placar fica em 36,3% para Dilma contra 36,2% para o tucano, tecnicamente empatados. Em junho, Dilma tinha 37,8% das intenções contra 32,7% de Aécio, uma diferença de 5,1 pontos porcentuais.

Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, também destacaram os comentários, feitos na sexta-feira, por fonte da equipe econômica. Para ela, a evolução da inflação efetiva e da inflação esperada entre as reuniões do Copom de maio e de julho não justifica a mudança radical, por parcela expressiva do mercado, da interpretação dos comunicados idênticos divulgados após as duas reuniões - e, particularmente, da expressão "neste momento" que constou de ambos. Na prática, os comentários dessa fonte foram considerados uma espécie de aviso do Banco Central de que a taxa de juros não tende a voltar a cair tão cedo - como alguns profissionais do mercado interpretaram logo após o comunicado.

No exterior, as taxas dos Treasuries recuavam, com os investidores em busca da segurança dos títulos americanos.

Assim, ao término da negociação regular na B&MFBovespa, o juro para outubro de 2014 (35.525 contratos) estava em 10,780%, de 10,777% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2015 (85.420 contratos) marcava 10,74%, de 10,73% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2016 (95.385 contratos) indicava 10,94%, igual ao ajuste anterior. O DI para janeiro de 2017 (146.645 contratos) cedia a 11,13%, de 11,20% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (39.865 contratos) estava em 11,47%, de 11,61% no ajuste anterior.