Belo Monte será hidrelétrica menos produtiva e mais cara

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 22/04/2010
Eles preveem que insegurança jurídica e ambiental vão complicar usina

A hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, será a usina que produzirá menos energia, proporcionalmente à capacidade de produção, e que terá maior custo para os investidores na comparação com outros empreendimentos de grande porte, em razão da intensidade dos impactos sociais e ambientais na região, na avaliação de especialistas na área consultados.

Na terça (20), o governo realizou, em meio a uma batalha jurídica, o leilão que definiu o consórcio que fará a construção e venderá a energia de Belo Monte, o Norte Energia. O grupo é liderado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que tem 49,98% de participação, e mais oito empresas de construção e engenharia.

Após o leilão, algumas informações indicavam que a construtora Queiroz Galvão e a J. Malucelli pensavam em sair do consórcio, mas as empresas não confirmaram.

Embora tenha capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do país, Belo Monte tem energia firme (que pode ser assegurada já prevendo os períodos de seca) de 4,4 mil MW, 40% da capacidade. Na maior usina do país, a binacional Itaipu, que tem 14 mil MW de capacidade, a energia firme representa 61%. Na segunda maior atualmente, Tucuruí - que perderá a posição para Belo Monte -, o percentual é de 49%.