O advogado Ricardo Salles pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do cargo de ministro do Meio Ambiente, que ocupava desde o início do atual governo, em janeiro de 2019.
Em dois anos e seis meses, Ricardo Salles teve uma gestão marcada por tensões com parlamentares, organizações não-governamentais e países estrangeiros. O ministro também enfrenta um processo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que é acusado de relação com esquema de desvio de madeira ilegal.
Em breve discurso, Salles disse que cumpriu, ao longo de 2 anos e meio, as orientações do presidente Jair Bolsonaro. "Procurando colocar em prática, a orientação que foi colocada pelo senhor presidente da República Jair Bolsonaro desde o primeiro dia de governo. Orientação essa que foi de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do Meio Ambiente", disse.
A saída do ministro foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União, com a nomeação de Joaquim Álvaro Pereira Leite como novo ministro do Meio Ambiente. Ele já atuava na pasta, como secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, tendo chegado ao governo já sob a gestão de Ricardo Salles.
Segundo o currículo oficial do novo ministro, ele iniciou a sua carreira profissional como produtor de café, tendo sido por 23 anos conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), entre 1996 e 2019.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, durante reunião das Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Viação e Transportes, na Câmara dos DeputadosFoto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
No governo Bolsonaro, iniciou a trajetória como diretor do Departamento Florestal. No posto, que exerceu entre julho de 2019 e abril de 2020, era responsável, entre outras coisas, pelo combate ao desmatamento ilegal.
Passagem pela pasta
Ricardo Salles afirmou que sua gestão incluiu uma prioridade para a agenda ambiental urbana, com políticas voltadas ao saneamento básico. Ele citou também a atuação em relação aos parques. E, sem citar as investigações que questionam isso, afirmou que atuou para fortalecer órgãos de fiscalização, Ibama e ICMBio.
O agora ex-ministro afirmou que as medidas que adotou sofreram "contestações" na Justiça por motivações políticas e o que vê como resistências às políticas do presidente Jair Bolsonaro. Salles confirmou, assim como consta no Diário Oficial, que deixa o Ministério "a pedido".