O Palácio do Planalto pedirá aos governadores que centralizem em suas unidades do Corpo de Bombeiros doações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com a assessoria do ministro da Casa Civil, Rui Costa, o assunto foi debatido neste sábado, 4, em reunião da Sala de Situação criada em Brasília pelo governo federal para atualizar as ações de socorro ao Estado, que foi atingido por fortes chuvas nos últimos dias.
O governo quer, dessa forma, agilizar a chegada de insumos ao RS, com prioridade para colchões e roupas de cama e banho. Depois da centralização e triagem das doações nos Estados, os itens serão encaminhados para as bases aéreas do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Guarulhos, em São Paulo. "É importante que a população saiba que precisamos priorizar alguns tipos de itens neste momento. Agora, o que é mais necessário são colchões, roupas de cama e banho", disse, durante a reunião, o comandante militar do Sul, o general Hertz Pires do Nascimento.
De acordo com o Planalto, 92 mil cestas básicas foram disponibilizadas para o RS e o efetivo de quase mil militares das Forças Armadas que atuam na região já realizou 9.749 resgates.
Na reunião, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que 11 dos 12 aeroportos do Estado estão em operação. Segundo ele, a expectativa é que o Aeroporto Salgado Filho, localizado em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, reabra na segunda-feira, 6.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, por sua vez, afirmou que as duas embarcações reboque que colidiram com a ponte do Guaíba, em Porto Alegre, devem ser removidas nas próximas horas, com auxílio da Marinha.
Visita de Lula
Neste domingo, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará ao RS para acompanhar a evolução das medidas contra enchentes no Estado. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse aoBroadcast Políticoque o chefe do Planalto desembarcará em Porto Alegre, acompanhado de outros nove ministros.
As chuvas torrenciais já deixaram 57 mortos no RS. Além disso, há 67 desaparecidos. Dos 497 municípios gaúchos, 281 já foram afetados, no que é considerado o pior desastre climático do Estado. Na capital, o nível do Rio Guaíba bateu recorde. Há registros de blecautes e falta de água na cidade. A rodoviária e o centro histórico foram alagados.
O presidente esteve no RS na quinta-feira, 2, mas foi a Santa Maria (RS), no centro do Estado, também acompanhado de ministros e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Na ocasião, o petista prometeu que não faltariam esforços nem recursos do governo federal para minimizar os impactos das chuvas em solo gaúcho.
Neste sábado, Pimenta e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltaram ao Estado, para instalar em Porto Alegre um escritório de monitoramento para acompanhar a tragédia.