Cientistas estão investigando o caso de um homem de 30 anos que foi reinfectado com a Covid-19, quatro meses e meio após sua primeira contaminação. O caso aconteceu em Hong Kong.
De acordo com estudos, o sequenciamento do genoma mostra que as duas cepas do vírus são totalmente diferentes. Este é o primeiro caso de reinfecção comprovado no mundo.
Especialistas tranquilizaram a população e afirmaram que não há motivos para preocupações, já que os casos de reinfecções são raros, mas assim como outros coronavírus reinfectam as pessoas, como o causador de um resfriado, o mesmo pode acontecer com a Sars-Cov-2, vírus da Covid-19.
"Pesquisadores já sabem que pessoas infectadas pelo vírus desenvolvem uma resposta imunológica quando seus corpos aprendem a combater o vírus, e isso as protege contra uma volta dele. Mas não se sabe exatamente quão forte é essa proteção, ou quanto tempo ela dura", analisa a repórter de Saúde da BBC News Philippa Roxby.
As informações apresentadas são da Universidade de Hong Kong e serão publicadas no periódico Clinical Infectious Diseases. Como o artigo completo ainda não foi publicado, é preciso ter cautela e realizar mais pesquisas.
Segundo o relatório da universidade, o homem passou 14 dias no hospital antes de se recuperar do vírus. Depois, apesar de não ter mais sintomas, teve resultado positivo para o vírus uma segunda vez, após um teste de saliva durante uma triagem no aeroporto.
"Este é um exemplo muito raro de reinfecção", disse Brendan Wren, professor de patogenicidade microbiana da London School of Hygiene and Tropical Medicine.
"Isso não deve minar o impulso global para desenvolver vacinas covid-19. É de se esperar que o vírus mude naturalmente com o tempo."
Jeffrey Barrett, consultor científico sênior do projeto do genoma covid-19 no Instituto Wellcome Sanger, no Reino Unido, disse: "Dado o número de infecções globais até o momento, ver um caso de reinfecção não é tão surpreendente, mesmo que seja uma ocorrência muito rara".
"Pode ser que as segundas infecções, quando ocorram, não sejam graves - embora não saibamos se essa pessoa estava infecciosa durante o segundo episódio."
Mais estudos populacionais são necessários antes que qualquer conclusão sobre a possibilidade de reinfecção possa ser feita.
Com informações: Uol.