Um homem morreu no domingo, dia 7, após ser vítima de agressão no meio da rua no Guarujá, na Baixada Santista. Osil Vicente Guedes foi acusado injustamente de roubar uma moto e espancado na quarta-feira, 3. Posteriormente, o dono do veículo informou à Polícia Militar ter emprestado a moto à vítima. Em vídeo postado nas redes sociais, Guedes foi atacado com pedaços de madeira e capacete por três pessoas.
Quem é a vítima?
Trata-se de Osil Vicente Guedes, de 49 anos. Ele foi acusado injustamente de roubar uma moto e espancado no meio da rua na quarta-feira passada, no Guarujá. Osil Guedes foi atacado com pedaços de madeira e capacete por três pessoas, segundo mostra um vídeo gravado por celular.
Osil Guedes estava internado desde o dia da agressão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde foi declarada a morte encefálica no domingo. Ele era dono de uma empresa de reciclagem. Tinha um filho de 9 anos e morava no bairro Vila Áurea, que fica próximo de onde aconteceu o crime.
Como começou o tumulto?
Nas imagens, dá para notar um homem caído no chão, que é acertado com um capacete na cabeça e que depois recebe um tapa na nuca de outro agressor. Para finalizar, ele é arrastado e arremessado no chão por um outro rapaz. "Não está bom para ladrão de moto, não. Ladrão de moto está se lascando", diz o autor da gravação. O linchamento ocorreu no bairro Pae-Cará.
Testemunhas relataram à Polícia Militar que as agressões começaram após um grito de "pega ladrão" direcionado a Osil Guedes.
A averiguação da Polícia Civil
Durante averiguação da Polícia Civil, o dono da moto afirmou que havia emprestado o veículo a Osil Guedes naquele mesmo dia e que mantinha contado há anos com a vítima. O proprietário da motocicleta, cuja identidade não foi revelada, ainda definiu a vítima como uma "pessoa trabalhadora e que não se metia em confusão." A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse, em nota, que foi comunicada da morte da vítima no domingo.
Como estão as investigações?
Segundo a SSP, a natureza da ocorrência foi modificada para homicídio e o irmão da vítima foi ouvido. "Diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos", afirma a pasta.
Já houve caso semelhante?
Também no Guarujá, Fabiane Maria de Jesus, há nove anos, foi vítima de uma notícia falsa postada em maio de 2014 no Facebook. A postagem viralizou, também no dia 3 de maio daquele ano, e ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças.
Fabiane foi amarrada e agredida por uma multidão após sair de casa no bairro Morrinhos para ir à igreja. Ela ainda foi levada ao hospital, mas morreu dois dias depois. Fabiane era inocente. Tinha duas filhas: uma de 13 anos e outra de um ano. O caso teve grande repercussão e se tornou emblemático de como fake news e a desinformação nas redes sociais podem resultar em violência.