Mulher dá entrada em hospital para dar à luz e sai com mão amputada

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 16/01/2023
O caso está sendo investigado pelas autoridades

Um família cobra respostas de um hospital de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, após uma mulher, de 24 anos, dar entrada na unidade para dar à luz e acabar tendo parte do braço esquerdo amputado. As informações são do G1. 

“Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, contou a mulher, que não quis ter a identidade divulgada.

A jovem informou que foi ao Hospital da Mulher Intermédica no dia 9 de outubro do ano passado, quando estava na 39ª semana de gestação. No dia seguinte, 10 de outubro, seu bebê nasceu em um parto normal, pesando aproximadamente 3 kg. 

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No entanto, após dar à luz, a mulher sofreu uma hemorragia. A família contou à equipe de reportagem do G1 que, devido à complicação, os médicos optaram por criar um acesso venoso na mão da jovem para introduzir um medicamento. Porém, durante o processo, ela começou a sentir dor. 

O braço esquerdo da paciente começou a ficar roxo e inchado e, por conta disso, ela precisou ser transferida para um outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo. 

“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava, e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, afirmou Kelly Cristina dos Santos, mãe da paciente.

Três dias após o nascimento da bebê, ela e os familiares receberam a notícia de que a mulher teria que amputar a mão. “A porcentagem seria mínima dela sobreviver. Seria 95% de não ter a mão, deles terem que amputar. E de 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse a mãe da jovem.

A advogada que cuida do caso afirma que já entrou na Justiça contra a unidade de saúde.

“Isso foi uma sequência de erros que devem ser todos apurados, nas esferas: criminal, administrativo e cível. Vamos pedir as reparações de que tem a responsabilidade civil: dano estético, dano moral e material. E vamos fazer um levantamento da parte da imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal”, disse a advogada Monalisa Gagno.

A paciente tenta se adaptar à nova realidade para cuidar dos três filhos.

“Não posso dar banho no meu neném. Não pude amamentar o meu neném. Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos”, disse a jovem.

O que diz o hospital

A unidade lamentou o episódio e disse que se solidariza com a jovem, por meio de uma nota. Além disso, explicou que os caso está sendo investigado e disse estar à disposição para esclarecimentos.

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 41ªDP (Tanque) como lesão corporal culposa, que está ouvindo testemunhas e que pediu os documentos médicos para ajudar nas investigações.