Um menino de 12 anos morreu na manhã do dia 27 de novembro em decorrência de uma fratura sofrida em uma partida de futebol. A família da vítima, que vive no Guarujá, litoral de São Paulo, aponta que houve negligência por parte dos hospitais onde o jovem foi atendido.
O atestado de óbito de Arthur Barros da Silva aponta como causa da morte insuficiência respiratória aguda, tromboembolismo pulmonar e fratura na perna direita.
De acordo com a família, o menino fraturou a perna durante a aula de educação física. Dias após se machucar, Arthur continuou sentindo dor e, por isso, foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Uma tia do garoto aponta que ele não recebeu o diagnóstico correto na instituição de saúde; os médicos da UPA alegaram que a criança estava apenas com uma luxação.
Arthur foi liberado pela equipe médica e orientado a ingerir alguns medicamentos. Contudo, o problema do menino não foi sanado, visto que a dor continuava. Novamente, a família o levou na UPA e pediu um encaminhamento para o Hospital Santo Amaro (HSA).
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Na unidade de saúde, o paciente foi avaliado por um ortopedista, que o submeteu a um exame de Raio-x. O exame mostrou que o menino tinha sofrido uma fratura na tíbia distal [osso próximo ao tornozelo] da perna direita. A equipe médica imobilizou o membro de Arthur, que foi medicado e liberado.
Dias após o diagnóstico, as dores do garoto apenas aumentaram, o que fez a família ir mais uma vez à UPA. Arthur foi levado de novo para o HSA, onde ficou internado para uma avaliação com um médico vascular.
A tia da vítima conversou com a imprensa e alegou que houve negligência por parte da instituição. “No decorrer da madrugada, ele já vinha passando mal e eu pedi que a médica subisse pra avaliá-lo, mas ela falou que não iria porque ele já estava mais do que medicado. A médica não subiu e, na manhã do dia seguinte [27 de novembro], meu sobrinho veio a óbito”, lamentou em uma entrevista concedida ao G1.
Um boletim de ocorrência por morte suspeita foi feita na Delegacia Sede de Guarujá.
Prefeitura se manifesta
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que lamenta profundamente a morte do jovem e "presta condolências aos familiares". Ainda segundo a administração municipal, o paciente foi prontamente atendido e medicado nas unidades de saúde.
"Devido à fratura, foi encaminhado, por duas vezes, ao Hospital Santo Amaro. Contudo, foi aberto um processo administrativo para apuração", afirmou.
O Hospital Santo Amaro disse que existe uma queixa formalizada na Ouvidoria da unidade com relação à médica citada. "Importante salientar que não há reclamação em relação ao serviço prestado pelo Hospital Santo Amaro", informou.
"Em relação ao evento, o trâmite inicia com o caso seguindo para análise da Comissão de Óbito, com a queixa registrada no setor de ouvidoria anexada. Aguarda-se o resultado e, de acordo com o apontamento desta comissão, o caso segue à Comissão de Ética, para devidas providências. Tratam-se de comissões apropriadas para investigar o evento", finaliza o texto.
Com informações do G1.