Em SP, 530 mil imóveis seguem sem energia; ministro dá 3 dias para Enel resolver problema

Autor: Wilian Miron (Broadcast), Renan Monteiro (Broadcast) e Luciana Collet (Broadcast) (via Agência Estado),
segunda-feira, 14/10/2024

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Enel Distribuição São Paulo tem três dias, contados a partir desta segunda-feira, 14, para sanar os problemas no serviço de energia elétrica na área de concessão do Estado, após o temporal de sexta-feira, 11.

A concessionária não tem dado prazo para o restabelecimento total do serviço. Até o fim da manhã, 530 mil imóveis permaneciam sem energia elétrica na cidade de São Paulo e na região metropolitana. Diante do agravamento das mudanças climáticas, especialistas apontam que eventos extremos, como temporais e ventanias, ficarão cada vez mais frequentes e intensos.

"Eu disse que a Enel tem os próximos três dias para resolver problemas de maior volume, ou seja, só vai poder ao final dos três dias, se necessário, questões problemas pontuais por fatos supervenientes. Mas tem de restabelecer nos próximos três dias a parte mais substancial de energia", declarou o ministro em coletiva após reunião sobre "ações de socorro" à região metropolitana de São Paulo.

Uma das deliberações foi ampliar o número de profissionais em campo para atendimento. São atualmente entre 1,3 mil a 1,4 mil pessoas. O número vai ser ampliado para 2,9 mil profissionais. Haverá também adicional de 200 caminhões além daqueles que a Enel já tem.

Na reunião desta segunda participaram agentes privados representando a Light, CPFL, Energisa, EDP, Neoenergia, Enel, Eletrobras, Isa CTEEP.

Segundo a Enel/SP, além de São Paulo, os municípios mais afetados foram: Diadema, Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo e Santo André.

A diretoria da Aneel vota nesta terça-feira, 15, a abertura de Consulta Pública sobre o Termo Aditivo ao Contrato de Concessão com as 19 concessionárias de distribuição com contratos a vencer entre 2025 e 2031, inclusive a Enel São Paulo.

Silveira, disse que as distribuidoras de energia elétrica serão penalizadas se não tiverem planejamento para eventos climáticos como o ocorrido na sexta em São Paulo. O decreto publicado em junho pelo governo já prevê maior rigor para renovação dos contratos das distribuidoras.

As 17 diretrizes do decreto, conforme o governo, são para evitar a escalada de uma crise nessa proporção - cerca de 2,1 milhões de pessoas chegaram a ficar sem energia elétrica.

"Hoje eventos climáticos severos são expurgados da avaliação contratual. No decreto, esses eventos não poderão mais ser expurgados da avaliação", disse o ministro. "Deve haver por parte do setor de distribuição e do poder público maior atenção", complementou.