Tremores nas mãos e rigidez muscular: esses são os sintomas mais associados ao Parkinson. Mas afinal, o que é a doença e como saber quando procurar um especialista para conseguir um diagnóstico?
O Parkison é uma doença degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central. O distúrbio neurológico é causado pela redução da dopamina, substância que ajuda na realização de movimentos voluntários do corpo. Com a queda desse neurotransmissor, o controle motor do paciente fica prejudicado.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Cerca de 4 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil.
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Conforme os especialistas, o Parkinson é muito mais frequente na população idosa, acima dos 60 anos. No entanto, é preciso estar atento! Em casos mais raros, a doença também pode atingir adultos jovens. Ainda conforme a OMS, a estimativa é que entre 10% e 15% dos pacientes diagnosticados tenham menos de 50 anos e apenas cerca de 2% tenham menos de 40.
Os tremores nas extremidades das mãos é o sintoma mais lembrado quando o assunto é a doença de Parkinson, no entanto, não é o principal nos casos mais precoces. De acordo com o médico e cientista brasileiro Drauzio Varella, a lentidão dos movimentos é o que pode estar associado ao início da doença.
Sintomas surgem anos antes do diagnóstico
A doença foi descoberta no início do século 19, quando o cirurgião inglês James Parkinson (1755-1824) publicou o artigo "Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante". Quase 200 anos depois, pesquisadores da Universidade College London, na Inglaterra, descobriram que alguns sintomas podem aparecer com até dez anos de antecedência ao diagnóstico.
De acordo com o artigo publicado em 2015 no The Lancet, até 20% dos pacientes com Parkinson podem não apresentar os tremores como sintoma."Apesar de ser frequente na maioria dos pacientes com doença de Parkinson, este não é o sintoma mais proeminente da doença. O tremor tende a aparecer eventualmente no curso da doença da maioria dos pacientes, mas podemos inclusive ter portadores da doença que nunca o terão", explica Marcos Eugenio Ramalho Bezerra, neurologista chefe da Unidade do Sistema Neuromuscular e do coordenador do Ambulatório de Distúrbio do Movimento, ambos do HC-UFPE.
Por esse motivo, é preciso estar atento a outros indicativos do início da doença. São eles:
- Rigidez muscular e falta de equilíbrio;
- Modificações na postura;
- Depressão, ansiedade e nervosismo;
- Distúrbios do sono;
- Constipação;
- Disfunção erétil;
- Incontinência urinária;
- Pressão baixa;
- Perda de olfato e dificuldade em engolir;
- Pouca expressão facial;
- Escrita tremida e letras pequenas.
Apesar dos avanços nos estudos sobre a doença, o Parkinson não tem cura. O tratamento inclui um acompanhamento multiprofissional, com medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suportes psicológico e nutricional e atividade física. Em alguns casos, também pode ser indicado cirurgia.
Recomendações
A forma precoce da doença pode ter origem genética, e isso deve ser investigado. "Sua progressão é mais lenta, e é possível ter qualidade de vida com o tratamento individualizado e medicação adequada”, afirma Varella. Por esse motivo, procure um médico tão logo perceba algum possível sintoma.