Uma adolescente de 14 anos foi apreendida, no fim da tarde de sexta-feira (29), suspeita de tentar matar com golpes de tesoura a mãe dela, de 36, por ser questionada sobre o lugar onde tinha ficado por dois dias, fora de casa, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, a filha disse para a mãe que é amiga de “facção criminosa”. A reportagem é do portal Metrópoles.
“Na verdade, eu queria ter te matado. Eu queria furar o seu pescoço. Já devia ter feito isso há muito tempo e, se eu for presa, eu vou sair e vou te matar”, disse a adolescente para a mãe, que trabalha como auxiliar de lavanderia. A mulher foi atingida com golpes na perna direita e na coxa.
A adolescente fez as declarações contra a mãe no momento em que a Polícia Militar e uma conselheira tutelar estavam na casa delas e testemunharam as ameaças, de acordo com relatório da Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles.
“Se você continuar tentando me prender em casa, eu vou te matar. Tenho amigos faccionados. Eu vou pedir para eles matarem você”, disse a filha. As declarações estão registradas no inquérito da Polícia Civil.
De acordo com a investigação, a filha disse à polícia que ameaçou a mãe “no calor das emoções”. No entanto, a garota disse que apenas reagiu às agressões assim que ela voltou para casa, após ficar dois dias na casa de uma amiga.
Ao voltar da rua para casa, de acordo com a adolescente, a mãe disse “que ia lhe abrir e lhe matar”, na cozinha da residência. Em seguida, a garota disse que foi para o quarto, e a mãe seguiu atrás dela. Por isso, a agressora afirmou que “pegou uma tesoura” e “furou” a mulher “para se defender”.
Rebelde
A mãe, por sua vez, contou à polícia que a filha “sempre foi rebelde e deu trabalho na escola”. A mulher disse que, em dezembro de 2021, a filha afirmou que foi abusada sexualmente pelo antigo padrasto, quando era criança, e que não o denunciou porque não tinha provas. A mulher passou a ser culpada pela filha desde então. As duas têm relação conturbada dentro de casa, a ponto de a adolescente ter cortado todo tipo de diálogo com a mãe.
De acordo com a mulher, a filha foi embora de casa, em dezembro do ano passado, para morar com o então namorado. Na época, a mãe disse que pediu ajuda no Juizado da Infância e Juventude, no Conselho Tutelar e na Polícia Militar “para ver o que poderia ser feito, mas todos disseram que não poderiam fazer nada porque ela já tinha 14 anos”.
Os nomes da mãe e da filha não foram divulgados, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para preservar a imagem e a integridade das duas.