Animais peçonhentos, ou animais venenosos, são facilmente encontrados em ambientes como depósitos de resíduos, espaços com lixo e ambientes com muito entulho. Mas, também podem ser encontrados em casas, apartamentos, em frestas, atrás de objetos de decoração, como quadros, dentro de malas, sapatos e até em roupas.Por isso, manter os ambientes livres de materiais desnecessários, organizar sobras de construção e retirar teias de aranhas são ações que auxiliam para evitar estes visitantes desagradáveis.
“A picada de um animal peçonhento pode ser bastante séria. Alguns, inclusive, podem se agravar e levar ao óbito. Pensar na prevenção significa organizar a sua residência. Isto vai auxiliar a melhorar o ambiente e também evitar além das aranhas, escorpiões, outros destes animais venenosos, e elimina inclusive os focos do mosquito da dengue. Ou seja, cuidando bem do seu entorno, você pode evitar doenças e picadas de animais”, reforça o secretário Beto Preto.
O Ministério da Saúde alerta: Animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo acumulado. Manter a higiene do local é evitar acúmulo de coisas é a melhor forma de prevenir acidentes.Em 2018, no Paraná foram registrados mais de 18 mil acidentes com animais peçonhentos. A maior frequência é de aranhas, com 10185 ocorrências. Na sequência em número de acidentes aparece o escorpião, com 3318 registros. Abelhas, serpentes e lagartas somam cerca de 4 mil.
TREINAMENTO
O Serviço Estadual de Vigilância dos Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria da Saúde promove treinamentos de forma contínua para manter os técnicos da área atualizados. No início de novembro foi realizado o curso voltado aos técnicos da área de vigilância da 2ª Regional de Saúde, que envolveu profissionais que atuam na secretaria estadual, prefeitura de Curitiba e dos 28 municípios que fazem parte da Regional. O treinamento foi realizado na Lapa. Entre os objetivos do treinamento estavam diminuir o número de acidentes no Estado; aprimorar a assistência ao paciente, melhorar a qualidade das notificações; mapear, monitorar e controlar a distribuição dos animais peçonhentos.
Cerca de 70 profissionais participaram da capacitação realizada pela Vigilância em Saúde da 2ª Regional. A chefe da divisão, Kelly Foggiatto Sinhoca, falou sobre a importância desse momento. “Durante uma semana tivemos o treinamento sobre o controle e manejo de animais peçonhentos e foi bastante importante porque foi possível a realização de aulas teóricas e práticas. Presenciamos e realizamos a captura de algumas espécies de animais venenosos".
O coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Emanuel Marques da Silva, responsável pelo programa de treinamento, comentou que todos os técnicos no estado estão alinhados ao tema. “Foi a finalização de uma etapa. Concluímos na Lapa o treinamento dos técnicos de todos os 399 municípios. Sempre alertamos para evitar o óbito, mas como a causuística nacional demonstra, infelizmente já tivemos óbitos nos últimos anos e nos preocupamos para que no futuro não tenhamos mais óbitos relacionados aos escorpiões e aranhas. Por isso, temos que preparar nossas equipes da assistência, de atendimento e a população para mostrar aonde estão os abrigos que moram os animais, sejam as aranhas, cobras, lagartas, escorpiões e o que fazer com isso. Como melhorar a nossa qualidade de vida convivendo com esses animais.”
A coordenadora da Vigilância em Saúde da Lapa, Juliane Aparecida do Vale, afirmou que o aprendizado será aplicado no seu dia a dia. “Já atuo na vigilância há oito anos e ainda não tinha a certeza do procedimento adequado a realizar quando recebia os animais. Aprendi a identificar, a fazer a coleta, registro e, muito importante, sobre o uso dos equipamentos de proteção individuais”, salientou.
O biólogo da coordenação de Controle de Zoonoses da secretaria municipal da Saúde, Diogo da Cunha Ferraz, constatou que o registro de animais é de extrema relevância. “Percebi que o manejo e o registro de animais é bastante relevante porque esses registros no Sistema de Notificações geram dados. Esses dados demonstram se é de importância médica ou não, se precisamos de mais técnicos na área, ou seja, como está de fato a ocorrência no município.”O biólogo da prefeitura de Curitiba ressaltou a qualidade do curso.
“Ter um curso com o Emanuel, que é um profissional renomado no país foi muito valioso. Estamos aprendendo e praticando diariamente, mas parar as nossas atividades para um treinamento como esse foi muito gratificante”, analisou o representante da prefeitura de Curitiba.O programa do curso teve um dia teórico relacionado a questões biológicas e sobre o funcionamento do sistema de notificação dos animais encontrados. A turma foi dividida em duas para a parte prática. Durante dois dias, cada um dos grupos visitou residências, fez busca e coleta de animais peçonhentos. Os técnicos receberam instruções sobre a melhor forma de abate dos animais, identificação e cadastro no Sistema de Informações de Animais Peçonhentos (Sinap).O soldado do Corpo de Bombeiros, Denis Xavier de Oliveira, se deslocou de Antonina para participar do treinamento.
“Valeu muito porque pude entender a questão técnica do manejo dos animais e o cuidado com eles. Foi importante participar porque eu compreendi como é o fluxo do cuidado à saúde. Porque mesmo que nós, o Corpo de Bombeiros, não tenhamos relação direta com a saúde, estamos envolvidos também.”
ACIDENTES
No caso de picadas a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente. O paciente deve manter a calma, comunicar algum familiar, contar o que aconteceu, coletar ou ter o máximo de informações possíveis das características do animal e, se possível, fazer uma foto. A Sesa instrui que a ida ao serviço médico deve ser imediata. É fundamental procurar atendimento médico o mais rápido possível, mesmo o paciente não apresentando sintomas. O atendimento pode ser feito nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h).
Os telefones para contato sobre os animais são:
Curitiba – Centro de Controle de Envenenamentos - CCE – 0800 41 0148
Londrina – Centro de Controle de Intoxicações - CCI – (43) 3371-2244
Maringá – Centro de Controle de Intoxicações - CCI - (44) 2101-9127
Cascavel – Centro de Assistência em Toxicologia - CEATOX – 0800 645 1148
Curitiba – Divisão de Zoonoses e Intoxicações – (41) 3330-4470
Para saber aonde há aplicação de antivenenos, consulte a tabela com todos os locais do Paraná clicando aqui.