Que tal ter de passar um mês inteiro com apenas R$ 145 para pagar as contas, se alimentar, pagar a condução, ter alguns momentos de lazer? Viver, em suma. Difícil até de imaginar, não? Mas no Paraná, o número de pessoas nessa situação só fez crescer nos últimos anos e bateu recorde em 2018, conforme dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados, que constam no estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS), mostram que no ano passado haviam 306 mil pessoas no estado vivendo abaixo da linha de pobreza – rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 145 mensais ou US$ 1,90 PPC (Paridade de Poder de Compra).
Para se ter noção do que esse número representa, apenas seis dos 399 municípios do estado possuem mais de 300 mil habitantes. São eles: São José dos Pinhais (232.340), Cascavel (328.454), Ponta Grossa (351.736), Maringá (423.666), Londrina (569.733) e Curitiba (1.933.105).
Desde 2013, inclusive, o contingente de pessoas vivendo em condição de extrema pobreza no estado cresceu 87,3% - eram 163.310 e passou para 305.949. Nesse mesmo período, o porcentual de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza saltou de 1,5% para 2,7% no último ano, batendo recorde (tanto em termos porcentuais como em números absolutos) da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
Por outro lado, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza (renda per capita inferior a US$ 5,50 PPC por dia, o equivalente a R$ 420 mensais) registrou retração em 2018, passando dos 14,2% registrados em 2017 e 2016 para 13,7%. É a primeira redução no índice desde 2014, qiuando 11,2% da população paranaense vivia nessa condição. Esses dados revelam ainda que, desde o início da crise econômica no país, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza cresceu em 32..936, passando de 1.229.472 pessoas para 1.552.408. Ainda assim, o resultado do último ano é melhor do que o verificado em 2017 (1.597.023) e em 2012 (1.566.214).
Colaboração, Bem Paraná