O Programa Leite das Crianças, oferecido pelo Governo do Estado, completa 16 anos de existência e tem sua eficiência comprovada pela quase totalidade dos beneficiados.
Pesquisa feita recentemente por técnicos dos Núcleos Regionais da Secretaria de Estado da Agricultura com 1.351 mães mostrou que 93,4% o consideram indispensável na alimentação dos seus filhos.
Com atendimento diário a aproximadamente 120 mil crianças, o programa contribui para a prevenção da desnutrição infantil, fomento da bacia leiteira, promoção do desenvolvimento local e para a geração de renda aos agricultores familiares.
Relatórios emitidos em dezembro de 2018 pela Secretaria de Estado da Saúde comprovam que 90,6% das crianças beneficiárias estão com peso adequado para a idade. O grande diferencial do programa é a adição do complexo vitamínico e de minerais ao leite (Vitaminas A e D, Ferro e Zinco), um reforço para o desenvolvimento e a imunidade das crianças.
Segundo a nutricionista e diretora do Departamento de Segurança Alimentar, da Secretaria da Agricultura, Márcia Stolarski, a oferta regular do leite pasteurizado enriquecido às crianças em insegurança alimentar garante o aporte de nutrientes essenciais ao desenvolvimento e crescimento, ajuda a manter o peso e altura ideais para a idade, melhora a imunidade, previne a desnutrição e a anemia, entre outros benefícios. “É importante destacar que o cérebro da criança continua a se desenvolver, atingindo o auge nos primeiros três anos de vida”, afirma.
“A suplementação é uma política preventiva muito mais econômica do que realizar o tratamento curativo, que, muitas vezes, não recupera o potencial de desenvolvimento das crianças afetadas”, diz o coordenador do programa, Masaru Sugai.
SATISFAÇÃO - Cibele Cristina Oliveira de Azevedo, beneficiária do programa desde 2017 em Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, atualmente está desempregada. Ela consegue o leite para a filha de dois anos e cinco meses através do programa, já que a renda familiar não permitiria esse tipo de alimentação diária. “Quando comecei, ela estava bem magrinha. Depois desse leite, ela se desenvolveu bem e come muito bem”, conta a mãe.
A trabalhadora doméstica Roseli dos Santos Benedito, de Cornélio Procópio, participa do programa desde fevereiro deste ano, garantindo leite para um de seus filhos, de um ano e nove meses. “Eu já senti muita diferença. Agora ele come melhor e mama bem”, diz.
CONTROLE DE QUALIDADE - Além das crianças atendidas, o Leite das Crianças beneficia 5.151 produtores de leite, por meio da participação de 40 usinas. Recentemente, houve a assinatura de aditivos de prazo com os fornecedores, que garantem o atendimento até março de 2020. Ainda este ano, deve ser aberto novo credenciamento para as usinas interessadas no fornecimento ao Programa Leite das Crianças.
O secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, afirma que este cenário contribui para o desenvolvimento da cadeia do leite no Paraná, agregando valor e renda à produção. O Programa é um instrumento eficaz na melhoria da qualidade do leite ao fazer exigências higiênico-sanitárias, tanto por parte dos Serviços de Inspeção dos Produtos de Origem Animal quanto da Vigilância Sanitária, as quais o PLC controla e remunera de acordo com os índices de qualidade do produto entregue.
“Ao fiscalizar, cobrar instalações e procedimentos que atendam às exigências higiênico-sanitárias, manter rigoroso controle mensal sobre a qualidade do leite e efetuar o pagamento diferenciado pela qualidade do produto, o Leite das Crianças cria um círculo virtuoso que transcende a abrangência do programa, beneficiando grande parte da população paranaense”, diz Ortigara.
HISTÓRICO - O Programa Leite das Crianças foi instituído em maio de 2003 para criar uma rede de proteção alimentar destinada a crianças de seis a 36 meses.
Participam diretamente as Secretarias de Estado da Saúde, Agricultura e do Abastecimento, da Educação, e da Justiça, Família e Trabalho.
O preço médio do litro de leite em 2018 foi de R$ 2,34. Dados do Ministério da Saúde mostram que o custo médio para recuperação infantil é de R$ 1.477,73/dia com internamento médio de 6,4 dias. Isso significa que o custo de recuperação de uma criança desnutrida é 11 vezes superior ao custo do programa.
Para participar o interessado deve procurar o órgão de Assistência Social do município (Cras ou Creas) mais próximo para ser inserido no Cadúnico, comprovar a renda máxima de meio salário mínimo regional/per capita e apresentar a documentação pessoal e a certidão de nascimento da criança entre 6 a 36 meses.