Filho de Eliza Samudio sobre morte da mãe: "Por que meu pai quis me matar?" 

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 11/10/2018
Filho de Eliza Samudio sobre morte da mãe: "Por que meu pai quis me matar?" 

“Como a minha mãe morreu?”; “Como era a voz dela?”;  “Como era o cheiro dela?”; “Onde ela está enterrada?”;“Cadê o meu pai?”; “Me mostra uma foto?”.  Essas são algumas das perguntas que a mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima Marcelo da Silva Moura, 52, vem respondendo ao neto Bruninho -- como é chamado por ela – e que está com oito anos e 1,45 metro de altura.  

"Os médicos dizem que passará dos 2 metros", conta a avó. A modelo foi morta por asfixia e esganadura em 10 de junho de 2010. Seu corpo foi esquartejado --partes foram jogadas a cães -- e até hoje não foi encontrado.

 Em 2013, o ex-namorado, o goleiro Bruno Fernandes, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação do cadáver.  No entanto, a notícia de que o jogador de futebol vai pedir a progressão de pena para o regime semiaberto domiciliar a partir do dia 13 de outubro, deixando a prisão, fez com que os pesadelos de Sônia ficassem mais próximos.

“Tenho receio pelas nossas vidas. Minha e do meu neto. É uma mistura de sentimentos. Ele poderá recomeçar a vida dele, minha filha não (assassinada com 25 anos). Mataram ela e todos seus sonhos. Não tiveram piedade.  Bruninho foi largado em uma favela e só não morreu porque não tiveram coragem de matá-lo”, relembra ela, sem conter o choro.

A dona de casa afirma não receber nenhum auxílio financeiro. “Até hoje meu neto não recebe nenhum tipo de pensão e nem nada. Meu esposo que sustenta ele com o trabalho como tapeceiro”, diz ela, que até pouco tempo fazia salgados para vender. O comércio informal parou, pois os custos ficaram altos para revenda. 

Bruninho soube que o pai é um dos responsáveis pela morte de Eliza na semana do último Dia das Mães, em maio. "Agora, ele sabe de tudo." A avó estava na sala conversando com o neto – onde costumam passar boa parte da tarde.

Foi quando o garoto perguntou como a mãe tinha morrido e onde ela estava enterrada. Orientada por psicólogas – ainda hoje, vó e neto fazem tratamento – ela devolveu a pergunta e questionou se ele tinha escutado algo na escola ou lido sobre isso. O menino citou algumas atitudes da avó que despertaram ainda mais curiosidade sobre sua história, como o esquivamento em falar sobre o crime na frente dele. 

fonte -universal.uol