Longevidade humana deve sofrer redução, diz cientista dos EUA

Autor: Da Redação,
terça-feira, 18/10/2016
Jeanne Calment morreu na França em 1997, quando ela tinha 122 anos - Foto: Pascal Parrot / Sygma via Getty Images

O tempo de vida de um ser humano é foco de diversos estudos realizados por cientistas de todo o mundo e o assunto sempre é destaque na mídia internacional Matéria do jornal The New York Times a respeito de um estudo publicado recentemente na revista Nature sugere um suposto limite para longevidade humana. A matéria do NYT começa lembrando de Jeanne Calment, que morreu em um asilo na França em 4 de agosto de 1997. Há quase duas décadas ela faleceu, aos 122 anos, estabelecendo um recorde de longevidade humana. Já mais recentemente, em 13 de julho deste ano, morreu em Rio Branco do Ivaí, na região norte do Paraná, Jesuína dos Santos Cardoso, de 120 anos. Ela era considerada à época a pessoa mais velha do mundo.

Pouco antes de sua morte, familiares de Jesuína chegaram a encaminhar documentações necessárias para cadastrar a idosa no livro Guinness Book como a pessoa mais velha da Terra.

Análise científica
A última grande análise científica de dados demográficos da Terra todo sugere que agora 115 anos pode ser a idade máxima para os humanos. Conforme o estudo, seria extremamente difícil alguém conseguir viver além desse tempo – a menos que a ciência encontre uma saída.

De acordo com o  especialista em genética molecular Jan Vijg, do Albert Einstein College of Medicine (EUA), atingimos o limite da longevidade. "A vida humana tem um limite natural, e que provavelmente nunca iremos ultrapassá-lo. E a partir de agora, este é o limite: os seres humanos nunca viverão mais do que 115 anos", estima Vijg.Vijg e sua equipe analisaram a Human Mortality Database, ferramenta pública de pesquisa que disponibiliza estatísticas sobre população e mortalidade para pesquisadores, estudantes e quem estiver interessado na longevidade humana. 

Limite atingido
Os especialistas descobriram que os saltos nas taxas de sobrevivência atingiram um limite nos anos 1980.E uma análise posterior dos dados da International Database on Longevity, que inclui estatísticas demográficas de países desenvolvidos – como Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão – mostraram que ninguém conseguiu passar a marca dos 122 anos. Juntando as análises, os pesquisadores afirmaram que existe um limite natural para a longevidade.Modelos desenvolvidos pelos cientistas mostram que as chances de alguém viver além desse limite são pequenas. “A chance é 1 em 10 mil, extremamente difícil”, detalhou Vijg. 

O sociólogo e geriatra Jay Olshansky, da Universidade de Chicago, concorda com algumas das conclusões da pesquisa, e opina que muitas pessoas acreditam na ideia falsa de que conseguiremos fabricar maneiras de sobreviver por mais tempo por meio da tecnologia médica. Mas o cientista de Chicago discorda do conceito de um “limite natural” para a longevidade. Em artigo da Nature News and Views, Olshansky afirma que isso não é possível.

Bomba-relógio
"Seria como uma bomba-relógio feita para nos matar em idades mais avançadas, o equivalente a montadoras de automóveis desenvolverem um dispositivo explosivo que seria acionado apenas quando o carro chegasse a 1 milhão de quilômetros rodados. A maior parte dos carros sequer chegam a esse número, então seria um dispositivo inútil", pontua Olshansky.


Com informações do portal nytimes.com