Daqui a alguns dias a nave-mãe da Missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), vai chegar à superfície do cometa em torno do qual tem orbitado. No começo de 2014, a Rosetta enviou o primeiro sinal de vida após 31 meses de hibernação. Em novembro do mesmo ano, o módulo Philae aterrou no cometa, enviou alguns dados e depois desapareceu, deixando de conseguir alcançar a energia solar necessária para recarregar as suas baterias. Durante os dois anos subsequentes, a sonda Rosetta realizou análises científicas do cometa. Até que, há apenas alguns dias, o Philae foi encontrado de novo: ficou preso numa pequena fenda.
Nesta semana os cientistas vão finalmente ver a sonda chegar ao cometa. “Agora vamos fazer a nave-mãe aterrar no cometa”, afirma o cientista Paolo Ferri, um dos responsáveis pela missão. A ESA escolheu o dia 30 de setembro como data para fazer a sonda-mãe da Missão Rosetta chegar ao famoso cometa em forma de pato de borracha.
“Se pegarmos num modelo do cometa, vemos na cabeça do pato, digamos assim, uma região a que chamamos de Ma’at. Trata-se de uma área que nos interessa porque é muito ativa, sobretudo em duas partes onde há cavidades que produzem gases e poeiras. A ideia é conseguir aterrar a Rosetta perto destas cavidades”, afirmou Armelle Hubault, cientista da ESA, ao portal pt.euronews.com
Desde que foi lançada até agora, a Rosetta resistiu 12 anos no espaço. Não foi construída para sobreviver a esta próxima etapa. Armelle Hubault explica que “a estrutura de um satélite é muito, muito leve e frágil. A Rosetta não foi de todo concebida para aguentar gravidade. É um satélite que orbita em torno de um cometa, é um corpo muito delicado. Vai acabar por esmagar-se no impacto. A Rosetta vai ficar no cometa para sempre, não há forma de ir buscá-la.”
À medida que o cometa se afasta do Sol, deixa de ser possível alimentar os painéis solares da nave. Os cientistas da ESA avaliam que mesmo com a " morte" da sonda, a oportunidade é única para coletar mais informações sobre o cometa.
“É fantástica, esta descida vertiginosa de cerca de 20 quilômetros diretamente até à superfície do cometa. Isto vai dar-nos uma análise única desde a atmosfera externa até lá em baixo. É algo que nunca foi feito”, destaca Matt Taylor, outro integrante do grupo de cientistas envolvidos Projeto Rosetta.
As informações são do portal pt.euronews.com