Liberdade e segurança sobre duas rodas 

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 07/03/2016
Motoqueiros Luís César Domingues e Newton Souza Neves | Foto: Sérgio Rodrigo

O filme ‘Sem Destino’, de 1969 conta a história de dois amigos motociclistas que mergulham em uma aventura sobre duas rodas pelo sul dos Estados Unidos. E foi o longa, considerado um clássico atualmente, que despertou a paixão por motos e inspirou o professor Luís César Domingues, 56 anos, de Califórnia, a imergir no universo dos motos clubes. “A moto inspira liberdade, conhecimento e amizade. É um estilo de vida”, classifica.

Domingues é membro do moto clube Cilindros de Aço. Além dos encontros semanais na sede, a irmandade se reúne frequentemente para longos passeios pelas estradas da região e até para outros Estados.

O constante deslocamento dos grupos, que na maior parte das vezes levam consigo suas famílias, exige respeito às leis de trânsito para que todos viajem em segurança, para evitar acidentes. Este tipo de prática é muito comum entre os amantes de veículos de duas rodas e demanda muita cautela nas estradas.

No mês passado, um motociclista apucaranense se envolveu em acidente durante um passeio com aproximadamente cinco amigos motociclistas, na BR-376, na Serra do Cadeado. Dias depois, outro motociclista morreu na PR-151, voltando do clube de motos.

Para que o grupo respeite a legislação de transito e não cometa excessos, as instituições estabelecem um regimento interno. “Não só o nosso moto clube, mas todos seguem um regulamento e quem descumpre a legislação de trânsito pode ser suspenso”, explica outro integrante do moto clube, professor Newton Souza Neves, 52 anos, de Apucarana.

Ele explica que, durante o trajeto, o membro mais antigo e experiente, denominado ‘ponteiro’, é responsável por guiar o comboio em segurança durante o trajeto. O grupo também utiliza sinalização tática de mãos, para instruir o grupo e alertar sobre condições da pista, acidentes, entre outras adversidades. Contudo, a maior satisfação dos motociclistas é contemplar a paisagem. “A maioria respeita as leis. Nunca há pressa de chegar e nem disputa de velocidade”, garante.

Há mais de 20 anos Souza Neves participa de grupos e viaja com sua moto custom. Experiente, ele aconselha as pessoas que dividem da mesma paixão a tomarem cuidado e respeitar a sinalização e o limite de velocidade da pista. “Infelizmente, acidentes acontecem. Eu mesmo já me acidentei em Mauá da Serra, mas não foi nada grave por que estava em baixa velocidade. Então, é importante respeitar os limites de velocidade e sempre lembrar que qualquer descuido pode custar uma vida, porque o para-choque é o nosso corpo”, ressalta.

PRF orienta respeito à sinalização das estradas

O agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Sérgio Oliveira, do Núcleo de Policiamento e Fiscalização de Londrina, afirma que a formação de grupos de motociclistas que se reúnem em finais de semana para a realização de deslocamentos conjuntos integra a rotina das estradas paranaenses.

Ele observa que, na grande maioria das vezes, os motociclistas mantêm o comportamento ordeiro, demonstrando cuidado especial durante as viagens. “Ocorre que, eventualmente, entre esses motociclistas há aqueles que desenvolvem altas velocidades durante o percurso, haja vista que suas motocicletas normalmente possuem potência considerável e, isso, naturalmente potencializa eventuais acidentes. Mas, deve-se observar que isso configura-se numa exceção”.

O policial analisa que existem registros de motociclistas que conduzem o veículo sob efeito de bebidas alcoólicas. “Mas, isso também se configura numa exceção quando se trata de trânsito pelas rodovias federais.

Para aqueles que fazem parte dessa “exceção”, a Polícia Rodoviária Federal se mantêm atenta realizando testes de alcoolemia e utilizando radares ao longo da rodovia”.

A PRF orienta, de forma geral, que todos os motociclistas tenham especial cuidado com a segurança. Oliveira destaca que o veículo de duas rodas oferece um risco maior aos seus ocupantes. Portanto devem respeitar a sinalização da via, em especial no que se refere à velocidade, não devem fazer uso de bebidas alcoólicas e devem utilizar equipamentos de proteção adequados e homologados pelos órgãos de metrologia. Necessário salientar, ainda, que todos os sistemas de iluminação e sinalização, freios e pneus devem sempre estar em boas condições.