O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou na segunda-feira (13) o Telemedicina Paraná, um serviço de atendimento de saúde online, que vai auxiliar nas medidas de enfrentamento à Covid-19. Além de agilizar o atendimento à população, a plataforma ajuda a desafogar as unidades de saúde, evita aglomerações e deslocamentos, protege os profissionais de saúde e possibilita que o cidadão possa ser consultado diretamente de sua casa.
O serviço pode ser acessado de qualquer localidade paranaense, pelo site www.coronavirus.pr.gov.br ou pelo aplicativo Telemedicina Paraná, disponível para os sistemas Androide iOS. O objetivo é contribuir com a proteção dos profissionais de saúde e com o Distanciamento Social Ampliado (DSA), em conformidade com as recomendações das autoridades sanitárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É mais uma ferramenta inovadora, que vai ajudar a desafogar o sistema de saúde e permite que o Governo do Estado torne a medicina mais próxima do cidadão”, afirmou o governador. “Muitas vezes a pessoa tem algum sintoma e não pode se deslocar até um médico. Com esta ferramenta, ela pode ser atendida por estudantes de enfermagem e medicina que já conhecem o comportamento do coronavírus. Caso precise, eles podem encaminhar o paciente para um médico voluntário”, explicou.
A solução tecnológica foi desenvolvida pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), a partir de uma demanda da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A iniciativa conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde e dos conselhos regionais de Medicina (CRM-PR) e de Psicologia do Paraná (CRP-PR).
INOVAÇÃO – Para o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, a telemedicina reduz as distâncias e conecta pacientes aos especialistas. “É um aparato inovador e tecnológico, que contribui para a resolução de demandas comuns no campo da saúde, como a carência de especialistas e o esclarecimento de dúvidas”, afirmou.
De acordo com João Guilherme Moraes, médico e conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), 120 médicos já se cadastraram para atender voluntariamente pela plataforma. “Muitos médicos estão em casa, por não poderem trabalhar ou porque sua especialidade não exige emergência, e gostariam de contribuir de alguma forma com o enfrentamento à pandemia”, disse. “A telemedicina facilita muito para que o paciente não tenha que se locomover, diminuindo a procura direta nos serviços de saúde e desafogando o trabalho daqueles médicos que estão na linha de frente”.
COMO FUNCIONA – Após o cadastro no aplicativo ou no site, o paciente deve preencher um formulário sobre sua condição de saúde. O sistema fará uma triagem inicial por meio da Inteligência Artificial. Se o paciente não for identificado com possíveis sintomas de coronavírus, receberá orientações de como se prevenir.
Se for identificado com algum sintoma, será encaminhado para nova triagem com profissionais da saúde, com atendimento online via WhatsApp. Se os sintomas não forem de Covid-19, ele receberá novas orientações. Caso haja a possibilidade de ser a doença, ele será encaminhado ao atendimento com um médico por vídeo, chat ou áudio.
Na consulta online, o médico dará o diagnóstico, inclusive com possibilidade de encaminhamento para atendimento presencial na unidade de saúde mais próxima do paciente. O médico também pode prescrever medicamentos e emitir atestados.
O presidente da Celepar, Leandro Moura, explicou que toda a plataforma de telemedicina foi criada pela empresa, incluindo o site, aplicativo e os sistemas para os bolsistas fazerem a triagem e os médicos o atendimento remoto, permitindo inclusive a emissão de receita ou atestado. “A plataforma protege o médico e evita as filas nas unidades de saúde, agilizando o atendimento e preservando a população de uma possível exposição ao coronavírus”, ressaltou.
ATENDIMENTO – No última quinta-feira (9), a instrumentadora cirúrgica Simone Amaral Kaminski, de 39 anos, apresentou alguns sintomas da Covid-19 e encontrou o aplicativo do Governo do Estado, que estava em fase de testes. “Respondi algumas perguntas, passei por uma triagem e, devido aos sintomas, me passaram para a teleconsulta com uma médica”, conta.
“A Dra. Camila tirou minhas dúvidas e me encaminhou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), devido ao quadro de sintomas. Ela foi muito atenciosa, fui muito bem atendida”, diz Simone, afirmando que o acompanhamento continuou na sequência, via Whatsapp.
Como acordou melhor no dia seguinte, a instrumentadora preferiu aguardar em casa. “Caso tivesse alguma piora, iria procurar a UPA com o relatório do teleatendimento que recebi. Hoje estou melhor, sem sintomas, mas em isolamento”, completa.
EXTENSÃO – O novo serviço foi idealizado como parte integrante da Ação de Extensão Contra o Novo Coronavírus (Chamada Pública 09/20). A iniciativa conta com bolsistas das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná, que desenvolvem projetos voltados a ações de prevenção, cuidados e combate à pandemia.
Além dos estudantes bolsistas, que atuam no atendimento intermediário dos cidadãos, médicos e psicólogos trabalharão voluntariamente no atendimento final dos pacientes.
“Alunos dos últimos anos dos cursos de enfermagem e medicina das universidades estaduais e da UFPR farão a triagem na plataforma, que conecta o Estado todo, com a supervisão dos professores. É uma força-tarefa porque o desafio é imenso”, destaca Paulo Renato Parreira, coordenador de Ciência e Tecnologia da superintendência.
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O que é a telemedicina
A telemedicina é um segmento da saúde que utiliza Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na atenção médica a pacientes e outros profissionais da área, situados em locais diferentes, principalmente casos médicos em que a distância representa fator crítico na oferta de serviços de saúde. O serviço possibilita o suporte diagnóstico clínico de forma remota, permitindo a interpretação de exames e a emissão de laudos médicos a distância.
A especialidade está amparada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio da Resolução CFM nº 1.643/2002, e desde a década de 1990, tem o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). A telemedicina é exercida por profissionais de saúde devidamente capacitados e habilitados, considerando as áreas de interesse. Desta forma, o responsável pela interpretação e produção de um laudo de telerradiologia, por exemplo, será sempre um Médico Radiologista.