Durante passagem por Arapongas (PR) nesta sexta-feira (11), o senador Sergio Moro (União Brasil) negou que esteja “acuado” diante da possibilidade de cassação por conta de supostas irregularidades envolvendo a sua candidatura. Ele chegou a ficar irritado ao ser questionado sobre o tema, apesar de inúmeros políticos do Paraná já se apresentarem como pré-candidatos em uma possível eleição suplementar para ocupar a vaga dele no Senado. Veja entrevista em vídeo abaixo
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“Estou focado no meu mandato no Senado para fazer um bom trabalho. Esta semana a gente aprovou dois projetos relevantes. Então, o pessoal fala “ah, o Moro está isolado, está acuado”. Não, aprovamos dois projetos, inclusive com os votos do governo do PT. Então, não existe isso (acuado). O que existe é que tem muito zum-zum-zum e conversa fiada. A gente espera os tribunais decidirem com o tempo deles”, afirmou.
Moro disse ainda que está muito seguro com o que fez na campanha eleitoral. “(A cassação) Não passa de especulação de gente que, no fundo, quer tratar esse tema de uma maneira muito prematura, mas estamos focados em atender a população”, assinalou.
O senador também comentou a estreia de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Supremo Tribunal Federal (STF). “Como ele foi aprovado no Senado, sem o meu voto, espero agora que ele possa distinguir as duas situações e ser um bom ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas o fato é que temos que ser vigilantes. O preço da liberdade é a eterna vigilância”.
Quando questionado novamente sobre a possibilidade de cassação, ele não quis falar mais sobre o assunto e sugeriu que fossem abordadas nas perguntas questões sobre projetos recentes aprovados no Congresso com sua participação, como do "Banco Nacional de Perfis Genéticos" e o projeto que inclui a tipificação do crime de massacre no rol dos crimes hediondos. “Esses são temas relevantes”, disse o senador, que estava acompanhado da esposa e deputada federal Rosangela Moro (União).
Em Arapongas, Moro foi recebido pelo prefeito Sergio Onofre (PSC) e outras lideranças do município no gabinete, onde foi muito aplaudido por correligionários que estavam no local. O senador cumpre agenda na região. Na noite de quinta-feira (10), ele ministrou palestra na Faculdade de Apucarana (FAP) e, nesta sexta-feira (11) à tarde, volta a Apucarana para um compromisso na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
ENTENDA
O senador é alvo de denúncias de abuso de poder econômico nas eleições. Ele teria declarado um gasto de R$ 5,2 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. No entanto, o teto para a disputa pelo Senado pelo estado era de R$ 4,4 milhões. Ele nega irregularidades.
De olho na vaga, políticos do Paraná já se mobilizam. O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli, líder do PSD na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), se declarou pré-candidato nesta quinta-feira (10) e disse que há pelo menos outros 13 nomes já colocados para uma possível eleição suplementar para a vaga de Moro no Senado.