Moradores utilizam drone para monitorar bairro e melhorar segurança

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 15/12/2016
O uso do drone tem sido visto pelos moradores do Jardim Imperial como positivo - Foto: Sérgio Rodrigo

Com medo do crescente número de assaltos, os moradores do bairro Jardim Imperial, região oeste de Arapongas (norte do Paraná), estão inovando no monitoramento do bairro. Eles apostaram no drone para o serviço. Controlado pelo presidente da Associação de Moradores do bairro, o equipamento já flagrou diversas atitudes suspeitas e auxiliou a polícia no combate à criminalidade na região.

Paulo Antônio, morador do Jardim Imperial há pouco mais de um ano, é dono de uma empresa que utiliza drones para monitorar lavouras de soja. Motivado pelos casos de assaltos entre seus vizinhos, ele resolveu utilizar os drones também em sua própria casa. “Sempre que via algo suspeito, eu decolava o drone. Aos poucos, outras pessoas do bairro começaram a me avisar de movimentações estranhas e pedir para que eu usasse o equipamento. Hoje, temos um grupo no WhatsApp, onde as pessoas me avisam de algo suspeito e eu então coloco o drone no ar”, explica ele, que também é presidente da Associação de Moradores do bairro. 

O aparelho possui uma câmera de última geração, com capacidade de gravação em até 4K, tecnologia comercial com melhor resolução de vídeo disponível atualmente. O drone é guiado via controle remoto e as imagens são transmitidas diretamente para o smartphone de Paulo, que fotografa e filma tudo. O alcance do equipamento é de até cinco quilômetros, mas cerca de 800 metros são suficientes para monitorar todo o bairro. 

“A ideia é trazer mais segurança para os moradores, sobretudo quando as pessoas estão entrando ou saindo de casa, que são os momentos mais vulneráveis. Mas também é importante para monitorar o movimento da mata vizinha ao bairro, utilizada por bandidos para se esconderem. A qualidade de vídeo da câmera do drone permite a identificação de um suspeito a até 400 metros de altura, o que faz com que o aparelho seja praticamente imperceptível”, afirma ele. 

Apoio à polícia 
O empresário garante que as imagens são repassadas para a polícia e para a Guarda Municipal. “Já enviamos vários vídeos para os órgãos competentes, que realizaram investigações baseadas nas imagens. Mas o drone ainda tem a vantagem de intimidar quem está pensando em fazer algo contra algum morador. Quando identifico alguém suspeito, baixo o drone para que a pessoa saiba que está sendo filmada. Quem não tem nada de errado não se importa, mas quem está pensando em um assalto, por exemplo, fica receoso”, diz. 

O investimento não é barato. O drone, com câmera de última geração e registro na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) custa em torno de R$ 10 mil, sem contar o smartphone necessário para gravar as imagens. “Faço isso como uma forma de contribuir para a segurança do meu bairro e dos meus vizinhos. Cada um tenta ajudar como pode”, afirma Paulo.

Mais segurança na vizinhança
O uso do drone tem sido visto pelos moradores do Jardim Imperial como positivo, trazendo mais segurança para a região. “Acredito que seja uma alternativa muito boa, que contribui para prevenir assaltos e outras atividades criminosas no bairro. Os moradores se sentem mais seguros, porque o drone monitora o movimento de pessoas suspeitas”, diz Fernando Antônio, servidor público e morador do bairro. Outra moradora, a assistente social Alexandra Salles, também aprova o drone. 

Mensagem e monitoramento
“Tem sido ótimo para nós. Nossa região tem registrado muitos assaltos. A minha casa mesmo já foi assaltada. Agora, quando observamos qualquer atividade suspeita, mandamos uma mensagem no grupo e o drone monitora a situação”, afirma. A Associação dos Moradores do Jardim Imperial está em vias de ser registrada. Assim que isso acontecer, uma empresa de vigilância será contratada, para fazer rondas e cuidar da segurança desse e de pelo menos outros dois bairros na região. 

Próximo investimento
Já o próximo investimento tecnológico dos moradores, em torno de R$ 15 mil, será a compra de 15 câmeras, que serão espalhadas pelo bairro e poderão ter as imagens compartilhadas com a Guarda Municipal. O serviço funcionará aos moldes do Jardim Morumbi, bairro vizinho que já realiza esse serviço há quase dois anos.