Projeto faz exposição de fotos para quebrar tabus na luta contra o câncer

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 27/10/2016
Imagens mostram os desafios, lutas e vitórias das mulheres contra o câncer. Foto: Reprodução

Sessenta fotografias e muitas histórias de superação. Pelo terceiro ano consecutivo, o Fotoclube de Arapongas (Focar) realiza a mostra Outubro Rosa-Novembro Azul. O projeto foi formatado em 2014 para traduzir em imagens os desafios, lutas e vitórias das mulheres contra o câncer e em dois anos ganhou participação dos homens e também de crianças, além de ampliar sua ‘base’ territorial. A mostra, que tem apoio da Secretaria de Cultura, será aberta ao público no próximo sábado (29), no teatro Vianinha, e depois segue para outros pontos da cidade. 

As imagens feitas por dezesseis fotógrafos integrantes do projeto não se limitam a homens e mulheres com câncer de mama e próstata. São homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, que tiveram o diagnóstico da doença, alguns já curados, outros em tratamento.

A iniciativa tem por objetivo chamar a atenção da população para a doença, frisando a importância da prevenção e da disposição em enfrentar com otimismo a doença, sem tabus ou preconceitos. Além das fotos, o projeto também gravou rápidas entrevistas com os participantes em um documentário. Segundo a presidente do Focar, a advogada e fotógrafa, Sandra Gasparotti, o projeto também é um resgate da autoestima. 

“O tratamento mexe com o lado emocional e com a vaidade. O Focar trabalha a auto estima. Antes dos ensaios são feitas reuniões com fotógrafos e modelos e o trabalho conjunto produz muito mais que imagens, são laços e lições e depoimentos intensos durante todo o processo”, afirma Sandra Gasparotti. A exposição envolve pacientes, ex-pacientes e fotógrafos de nove municípios da região.

Foto por Reprodução

Retratadas
“Nunca tirei tantas fotos na minha vida, passei uma tarde maravilhosa”, afirma a araponguense Nadir Straparava, 63 anos, uma das retratadas deste ano. A costureira descobriu há três anos um linfoma. Depois de quase um ano e meio de tratamento, hoje ela está curada da doença. O cabelo cresceu novamente e o ensaio finaliza um processo de cura e mudanças na vida dela. “Quando descobri, claro que levei um susto, mas não chorei nem questionei a doença, sentei, conversei com Deus e lutei muito”, conta. Independente, ela teve que mudar para a casa de um dos filhos durante o tratamento e se sente aliviada por ter retomado sua vida. “Para mim é gratificante participar passar para as pessoas essa vivência. Cada pessoa que participa disso traz uma história”, diz. 

Para a servidora da prefeitura de Sabáudia, Luciana Raguso, participar do ensaio integra uma das etapas na luta contra a doença. Em tratamento desde fevereiro, quando foi diagnosticada com câncer de colo de útero, ela encontrou forças na fé. “O desânimo faz parte da doença, mas peço a Deus para suportar e não desanimar. E continuo trabalhando porque converso com as pessoas, me distraio e mesmo em tratamento o trabalho me faz esquecer que a doença existe”, relatou Luciana, que foi retratada pela colega de trabalho Maria do Carmo Vieira.