VAL explica situação do transporte público de Apucarana durante pandemia

Autor: Da Redação,
terça-feira, 12/05/2020

Representantes da Viação Apucarana Ltda (VAL), Leozé dos Santos e Enivaldo Bertazzo, estiveram na Câmara de Apucarana, na tarde desta segunda-feira (11), após a aprovação por unanimidade do requerimento dos vereadores Antônio Marques da Silva, o Marcos da Vila Reis, Gentil Pereira e Lucas Leugi, na sessão ordinária da semana passada, onde pediram informações à VAL sobre o fiel cumprimento das medidas adotadas através de Decretos Municipais para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus – Covid 19 e questionaram ainda, sobre qual o motivo do cancelamento dos ônibus extras em horário de pico no Município.

Reunidos com os vereadores  eles apresentaram um relatório sobre a frota, operação do transporte coletivo e adiantaram que não tem, a princípio, como colocar mais carros em operação. “Estamos trabalhando no limite que está sendo permitido, em função da atual situação. A demanda é de 40% do que tínhamos, antes da pandemia. Até hoje não fizemos nenhuma demissão, mesmo com todos os problemas que as empresas estão enfrentando. Continuamos com nossos 150 funcionários. Buscamos diariamente atender a população da melhor forma”, pontuou o diretor da empresa Enivaldo Bertazzo.

Ele afirma, também, que tem conversado semanalmente com o prefeito Junior da Femac e que a ideia de parar, temporariamente, a operação do transporte na cidade foi cogitada. “A queda na demanda acumula prejuízos e isso causa impacto nas empresas. Buscamos soluções para que isso não ocorra. Pensamos em ajuda para manter as atividades”, destacou. Enivaldo falou que “a empresa busca atender a nossa comunidade com as medidas preventivas de enfrentamento ao Coronavírus”.

O presidente da Câmara, professor Molina, destacou que a empresa tem que estar preparada economicamente para atender pelo menos 90 dias a população e sua própria estrutura. “As medidas de prevenção pedem que sejam evitadas aglomerações nos ônibus e terminais, que todas as normas sejam respeitadas e isso pressiona custos, investimentos e o sistema financeiro da empresa pode ter sérios problemas se não estiver preparada. Vamos ter uma nova reunião para conversar com os diretores e rever as medidas”, adiantou o presidente.

“O que não podemos é deixar a população esperando nos pontos, com redução de carros e horários e, muito menos sem a prevenção contra o vírus, nos ônibus e terminais. Uma das principais medidas que devem ser adotadas e, para isso deve ter aumento em linhas, é manter a distância de mais de um metro entre os passageiros”, cobrou o presidente.

Autor do requerimento, Lucas Leugi criticou o resultado da reunião. “Primeiro, os representantes da empresa afirmaram que não sabiam de onde vinham as reclamações que apresentamos da comunidade como a superlotação em ônibus e as aglomerações que eles afirmam não ter. Segundo, como apucaranense, me senti ofendido, porque uma empresa que está na cidade há tantos anos, e em um momento de crise como este que estamos passando, querer fazer um 'distrato' de contrato, é inadmissível e, terceiro, falar em subsídio para esta Casa de Leis, é brincar”, afirmou o vereador.

ATUALIZAÇÃO: Em contato posterior com a Tribuna, a direção da empresa contestou o uso da palavra 'distrato' pelo vereador Lucas Leugi. Segundo a direção da VAL, em nenhum momento o termo foi utilizado pelos diretores da empresa, nem foi cogitada a quebra de contrato para gerir o transporte público de Apucarana. [fim da atualização]

Leugi destacou que a VAL é uma empresa que tem os seus lucros. “As empresas em Apucarana não pararam. Todos os funcionários continuaram trabalhando. O comércio parou apenas por duas semanas e os empresários não deixaram de comprar o vale transporte. Ou seja, o dinheiro entrou para a empresa, pode até ser de uma forma um pouco reduzida, mas entrou. Para a VAL não tem explicação”, disse.

Lucas enfatizou que se tem uma forma do vírus se propagar é em aglomerações, pessoas esbarrando umas nas outras. “Temos que pensar na dignidade das pessoas, no lado humanitário. Eles falam em 20 mil usuários. São 20 mil trabalhadores apucaranenses que merecem respeito, que estão sendo ameaçados pelo contágio de um vírus que mata se ficarem expostos a aglomerações. Eles não podem passar por isso quando saem das suas casas para trabalhar. Temos que pensar mais nas pessoas e menos nos lucros”, finalizou o vereador Lucas Leugi.