Apucarana chega aos seus 77 anos de emancipação política com grandes histórias de desenvolvimento e inovação graças ao empenho de pessoas e grandes empresas. Uma delas é a Trans Apucarana, transportadora que leva o nome da cidade de norte a sul do Brasil há um bom tempo. Manoel Luis Bertoli, ou simplesmente, Luis Bertoli para os mais conhecidos e amigos, tem 61 anos de idade e dedicou grande parte de sua vida na construção da solidez da marca.
A transportadora, que celebrou bodas de prata com seus 25 anos de fundação em 20 de janeiro, começou literalmente na carroceria de um simples caminhão, um Mercedes Benz Azul que Luis Bertoli conserva guardado a sete chaves até hoje. “Eu dirigia o caminhão, na época com mais um motorista que tinha o dele, e nós fazíamos fretes para São Paulo, Minas Gerais e outros destinos até que nasceu a empresa. Ainda pequena quando começamos a transportar bonés e camisetas e voltávamos para Apucarana com insumos e acessórios para as fábricas de boné”, comenta Bertoli.
Aquele Mercedes Azul abriu as primeiras fronteiras para que hoje a empresa opere com mais de 400 colaboradores nas filiais de Apucarana, Paranavaí, Londrina, Curitiba, Pato Branco, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Umuarama e Cascavel - no Paraná, Itajaí em Santa Catarina e na sede da Trans Apucarana, em São Paulo.
A matriz da empresa foi transferida de Apucarana para São Paulo por estratégia de mercado, segundo o empresário. “Só levei para São Paulo para facilitar a burocracia na distribuição de registros para as demais filiais, mas o restante é tudo aqui, desde a movimentação financeira até o acompanhamento da logística da empresa”, comenta.
Luís conta que o maior desafio da empresa é manter a agilidade no transporte das encomendas que são de toda ordem e precisam chegar assim como saíram – intactas o mais rápido possível. Com firmeza ele aposta na transparência do negócio sabendo que seus maiores clientes não mantêm estoques e precisam girar seus produtos e serviços. “Aqui é tudo segurado e nós garantimos a satisfação pelo serviço prestado acompanhando a carga desde a saída até a assinatura da nota de recebimento da mercadoria”, ressalta.
O empresário vê a família como grande porto seguro para seu sucesso e determinação. Inclusive um dos seus dois filhos trabalha com ele na empresa. Mas assim como aconteceu com a maioria da população, a pandemia do coronavírus fez o experiente empresário testar sua eficiência na manutenção da atividade de transporte de cargas. “Nos dias que tudo parou, nós também paramos e eu tive que demitir mais de 40 trabalhadores. Foi difícil, mas graças a Deus, com o apoio do Auxílio Emergencial que fomentou a produção, eu consegui completar de novo o quadro e contratei de volta todos os que estavam desempregados”, cita.
Bertoli concorda que as pessoas dos grupos de risco devem ser preservadas para evitar pegar o vírus, mas aposta na força do trabalho. “O Brasil não pode parar porque tem milhões de pessoas que dependem do trabalho, principalmente os prestadores de serviço”, argumenta. A Trans Apucarana atende às fábricas de confecções de Apucarana assim como fez no início e agora com muito mais condições de logística e tecnologia para a segurança do transporte. “Tenho a plena noção que nós transportamos o desenvolvimento da cidade”, pontua.
Respondendo, se tivesse que começar tudo de novo sobre como faria sua trajetória, Luís é enfático. “Faria tudo de novo, com o mesmo empenho pois minha família é pioneira daqui, criei minha empresa aqui e não deixo Apucarana por nada”, conclui.
Tribuna do Norte