Saiba o que é a febre do oropouche, que pode ter matado apucaranense

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 25/04/2024
Paraná soma seis casos confirmados da doença

A confirmação da morte de um paciente de Apucarana que teve diagnosticada a febre do oropouche gerou preocupação na cidade. A vítima é um homem de 57 anos, que morreu em 15 de abril. Que doença é essa que agora também causa óbitos no município?  Saiba mais sobre a doença abaixo

A 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, está investigando se a causa da morte foi realmente a febre oropouche ou outro complicação. O órgão também apura se ele viajou recentemente para estados do Norte, como Pará, Rondônia e Amazonas, onde a doença tem mais casos. A única informação até agora é de uma viagem para Santa Catarina, onde não há registros da doença. 

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Ele trabalhava como representante comercial e foi diagnosticado após procurar atendimento no Lagoão, devido a sintomas inicialmente relacionados à dengue. O homem chegou a ser internado no Hospital da Providência. O nome dele não foi divulgado. 

Na manhã desta quinta-feira (25), uma reunião na 16ª Regional de Saúde de Apucarana discutiu as providências que serão tomadas.

O número de casos de febre oropouche quadruplicou no Brasil neste ano. Enquanto em 2023 foram registrados 832 casos da doença, o Ministério da Saúde (MS) contabilizou 3.354 apenas nas quinze primeiras semanas de 2024.

Do total deste ano, 2.538 dos casos são em residentes dos Amazonas, seguidos por Rondônia (574), Acre (108), Pará (29) e Roraima (18). Fora da região Norte, Bahia (31), Mato Grosso (11), São Paulo (7), Rio de Janeiro (6) e Paraná (6) foram os Estados com maior número de registros da doença. 

O que é

A Febre do Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

Transmissão

A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.

Sintomas

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.

Diagnóstico

O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com diagnóstico de infecção pelo OROV deve ser notificado. A FO compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.

Tratamento

Importante: Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Prevenção

Recomenda-se: Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.

Importante: Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.