Desde junho, o preço da gasolina subiu cerca de 15% em Apucarana e Arapongas, indo de uma média de R$ 3,84 para R$ 4,41, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pesquisa feita pela Tribuna em cerca de 20 postos, tanto em Apucarana quanto em Arapongas.
Em Apucarana, a média do preço do combustível em junho era de R$ 3,84 por litro. Ontem, o preço médio era de R$ 4,41, uma variação de 14,8%. Em Arapongas, o preço médio da gasolina em junho era de R$ 3,81. Ontem, o valor médio do combustível era de R$ 4,34, uma variação de 13,9%.
Na última sexta-feira, a Petrobras aprovou um reajuste médio de 4% no preço da gasolina em suas refinarias, o que equivale a R$ 0,07 por litro. O aumento começou a valer no sábado. De acordo com a estatal, com o reajuste, o litro da gasolina passa a custar R$ 1,82 nas refinarias. Isso significa que vem mais aumento por aí.
De acordo com o gerente de um posto de combustíveis em Apucarana Vilson Kozan, o reajuste do fim de semana já chegou às bombas da cidade. “A partir de hoje (quarta-feira) a gasolina já está em média 5% mais cara nas bombas. Estávamos vendendo a R$ 4,39 ontem e hoje já houve reajuste para R$ 4,59. Esse aumento também deve chegar ao etanol, já que existe a mistura da gasolina no combustível. Outro detalhe em relação ao aumento é a entressafra da cana-de-açúcar de outubro até março, que também deve afetar os preços ainda mais”, pontuou.
Kozan argumenta que ao longo do ano, o preço dos combustíveis esteve bastante instável e a oscilação ainda permanece, mesmo após a normalização do consumo por conta da pandemia. “Tivemos uma queda nos preços entre abril e maio causada pela pandemia. Com a baixa procura dos consumidores, o preço teve que cair. Mesmo agora com o consumo normalizado, tivemos diversas baixas e altas de preços na refinaria, acredito que seja influenciada pela variação do preço do dólar. A questão de preços este ano realmente está imprevisível”, afirmou.
Wellington Kreb é proprietário de um posto de gasolina em Apucarana. De acordo com ele, os comerciantes também estão sofrendo com a variação de preços, já que sempre procura absorver os aumentos para não repassar ao consumidor. “Se a cada alta dos fornecedores estivesse repassando na bomba, eu aumentava preço toda semana. Hoje mesmo recebemos combustível e já veio mais caro. Dessa vez, precisamos repassar o preço aos clientes”, justificou.
ARAPONGAS
Nivaldo Breda é proprietário de posto de combustíveis em Arapongas e afirma que os preços atuais já superaram o período anterior a pandemia. “Estamos trabalhando com altas nos preços toda semana. A variação do preço do dólar influencia diretamente o preço dos combustíveis e o valor da moeda esteve em alta durante o ano todo. Enquanto não baixar o dólar, dificilmente o valor nas refinarias baixa. Já estamos trabalhando com preços acima dos que eram praticados antes da pandemia e isso não é bom nem para nós comerciantes e nem para os consumidores. Não dá para dizer se até o final do ano o preço baixa, mas se o dólar permanecer neste patamar, acredito que haverá uma certa estabilidade”, explicou.