O delegado adjunto da 17ª Subdivisão Policial (SDP), Felipe Ribeiro Rodrigues, responsável pela apuração do Caso Alekson – o menino que morreu durante uma briga de adolescentes, na noite desta terça-feira (21), na zona norte de Apucarana -, informou que a principal linha investigativa da Polícia Civil ainda considera a morte do estudante provocada por um mal súbito decorrente da briga. Segundo disse, em entrevista à Tribuna na manhã desta quarta-feira (22), após ouvir três adolescentes envolvidos nos fatos e algumas testemunhas, “não há indícios que mostrem que houve intenção de matar”, diz o delegado.
Conforme o delegado, pelo que havia sido apurado até essa quarta-feira (22), antes do laudo de necropsia, é que um grupo de seis adolescentes, entre 12 e 15 anos, está envolvido nos fatos. “Houve uma briga e pelo que se apurou por motivos banais, da rotina juvenil. Todos são jovens que se conhecem, moram no mesmo bairro e talvez frequentem a mesma escola”, disse.
A partir dos depoimentos já ouvidos pela Polícia Civil, Alekson teria entrado em briga com um dos adolescentes no grupo, que estaria em desvantagem. Um terceiro adolescente teria, então, tomado as dores desde outro garoto e iniciado a briga com Alekson e, durante essa sequência da briga, a vítima teria caído no chão, desacordada, quando todos os garotos teriam fugido.
De acordo com o delegado, havia uma desavença entre a vítima e o menor suspeito e outros envolvidos que estimularam o entrevero. “Mas a briga ocorreu, de fato, entre os dois. Não envolveu vários contra um. Os outros estavam estimulando. E não foi usado qualquer objeto, como pau ou pedra, ou mesmo alguma arma na briga. Por isso, pelos indícios, a provável causa mortis não seja algum trauma decorrente da briga”.
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O delegado Felipe explicou que ainda durante a quarta-feira (22) esperava receber o laudo da perícia de necropsia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML). As informações eram de que o exame seria realizado no início desta tarde.
“Fomos até o IML e vimos corpo da vítima. Aparentemente, sem sinal externo de algum tipo de trauma na face ou corpo, que explicasse a morte. O que havia eram sinais indicativos de um provável infarto ou mal súbito, de alguma comorbidade anterior”, narrou o delegado.
Para o titular das investigações, esses indicativos coincidem com os relatos obtidos das testemunhas já ouvidas, no caso, de três adolescentes que estavam no grupo envolvido na briga. “Os relatos são de que, durante a briga, a vítima caiu no solo e teria começado a babar”, detalha. “Mas vamos aguardar a perícia”, ressalta.
AUTOR JÁ FOI IDENTIFICADO
O delegado Felipe Ribeiro Rodrigues informou que o principal suspeito envolvido na briga com a vítima já está identificado. “Já temos o nome dele, sabemos onde mora, onde estuda”, diz o policial. “Inclusive utilizamos os canais de imprensa para pedir para que os familiares levem o adolescente a se apresentar voluntariamente para ser ouvido”, afirma o delegado. Sem isso, esclarece, caso o suspeito não se apresente voluntariamente, a Polícia Civil “vai tomar as medidas enérgicas para que ele seja ouvido. Mas esperamos que não seja necessário isso”. O policial explica ainda que já na noite de terça-feira (21), a polícia tentou localizar o adolescente diretamente envolvido na briga com Alekson, mas não foi possível. “Vamos agir de forma célere a com muito cuidado para esclarecer os fatos”, afirma o delegado adjunto da 17ª SDP.
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