Após mais um acidente com morte registrado no último sábado (4) no trecho da duplicação da Avenida Minas Gerais, prolongamento da BR-376, no acesso ao Núcleo Habitacional Adriano Correia, moradores da região questionam sobre a segurança e a demora para a conclusão da obra no local. Além do "Adriano Correia", o trecho é utilizado diariamente por pessoas que vivem no Residencial Fariz Gebrim, Núcleo Habitacional Michel Soni, Recanto do Lago e Residencial Monte Sião, na saída para Curitiba.
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Com as obras de duplicação, iniciadas no ano passado, os moradores reclamam da insegurança, já que houve mudanças na pista. Há apenas uma faixa “subindo” a avenida em direção ao centro e uma “descendo” em direção aos bairros. Não há também acostamento para os pedestres. Desde então, o trecho é palco de inúmeros acidentes.
No sábado, um homem de 72 anos morreu após uma colisão frontal no local. Um outro motorista, de 21 anos, ficou gravemente ferido.
Gilmaria Regina de Souza, de 35 anos, moradora do Residencial Fariz Gebrim, relata que a obra da duplicação está muito perigosa, pois não há um lugar apropriado para o pedestre transitar. "Aqui é muito perigoso, porque não tem lugar para o pedestre andar. Além disso, a obra não anda e fica empacada. Aqui temos que andar do lado de carro na rodovia. É muito perigoso para atravessar essa rua. Foram muitos acidentes já registrados aqui. As autoridades estão pensando só no motorista, porque para o pedestre eu não estou vendo nada sendo feito. Precisa de segurança enquanto a obra está sendo realizada e depois quando ela for entregue," pontuou a moradora.
Quem também está bastante insatisfeito com as consequências dessa obra é um comerciante da região, que não quis se identificar. Ele, que tem uma empresa nas margens do trecho que está sendo duplicado, conta já ter presenciado diversos acidentes gravíssimos.
"Estamos aqui todos os dias. Todo dia tem acidentes, todo dia o trânsito para. A gente não pode sair na pista. Movimento de manhã e de tarde. É caótico. E isso aqui para nós é horrível. A gente queria uma solução. Está perigoso tanto para o pedestre quanto para o motorista. O pedestre não pode subir pelo lado direito da pista, tem que andar pela esquerda e é o maior perigo. Está tudo cheio de buraco, sem sinalização, não tem nada," lamentou.
Conforme ele, a empreiteira não mantém um ritmo na obra, sempre fazendo um pouco em cada canto. "A empreiteira vem quando quer, tampa um buraco aqui embaixo, outro lá em cima e a obra não tem um ritmo. Isso é um dos motivos que deve estar tudo atrasando. Todo mundo reclama para entrar e sair da minha firma", protesta.
O operador de máquinas, Everton Batista Pinheiro, de 32 anos, morador da região, utiliza o trecho todos os dias e também reclama das condições do trecho. “O local aqui está perigoso, à noite a iluminação é bem precária. Agora que colocaram essas pedras aqui deu uma melhorada, mas algum tempo atrás estava bem difícil caminhar aqui. Atravessar na rodovia é praticamente impossível. Tem que tomar todos os cuidados, olhar bem para os lados, se não corre risco de sofrer acidente. Inclusive, acontecem vários acidentes aqui. Mas a gente vê também a falta de responsabilidade dos motoristas por todo canto. É motociclista também entrando na pista com tudo, carro, caminhão. Eu passo aqui faz tempo e não muda muita coisa. Parece que está sempre parado. Eu não vejo muita evolução no dia a dia, vejo pouca coisa acontecendo,” disse.observou.
Alex Avellar de Oliveira, de 33 anos, auxiliar de produção e morador do Fariz Gebrim, também expressa preocupação com as condições precárias durante a execução da obra. "Aqui está muito complicado, é um perigo. Não tem lugar nenhum para o pedestre andar. Para nós, é totalmente impossível de transitar em segurança, o risco de acidente é enorme. Inclusive, já aconteceram vários. A gente transita aqui praticamente todos os dias. Vou para o trabalho e venho a pé. Então fica difícil. Os cones são mal sinalizados, a obra não tem evolução. lamenta o auxiliar de produção.
O QUE DIZ A PREFEITURA
A obra, financiada com recursos estaduais, é executada pela Tapalan Construções e Empreendimentos Ltda, que foi contratada pela prefeitura após licitação.
Em esclarecimentos enviados ao TNOnline, a secretária municipal de Obras, Caroline Moreira, informou que a prefeitura solicitou à empresa executora para fazer o reforço da sinalização temporária da obra. Além disso, que o avanço das obras depende da mudança da rede de alta tensão no local, que foi programada pela Copel para 19 de maio. A secretária também informou que a colocação da capa asfáltica do trecho do Núcleo Adriano Correa está programada para a sequência do serviço de deslocamento da rede.