Família usa outdoor para lembrar 2 anos da morte de jovem

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 08/06/2022
O outdoor está na rua Antônio José de Oliveira, quase na esquina com a Irati, onde foi o acidente

A chegada do dia 12 de outubro e a instalação de um outdoor para lembrar o trágico acidente de 2020, leva familiares de Luis Ricardo da Silva Rodrigues a reviver momentos dramáticos e a dor da perda precoce do jovem, há dois anos. “Ele saiu naquela manhã sem tomar café. Ia dar carona a um amigo. Disse que já voltava para tomar café comigo. Estou esperando ele voltar desde aquele dia”, conta, aos choros, a avó do rapaz, a artesã Sirlei Aparecida Mogiani, que pagou pelo outdoor como forma de materializar a revolta da família, em busca de justiça. “O outdoor foi colocado ali, no local onde tudo aconteceu, porque sabemos que é caminho diário daquele homem que matou meu neto”, explica a mulher.

O outdoor está na rua Antônio José de Oliveira, em frente ao mercado, quase na esquina com a avenida Irati, onde fica a igreja Cristo Profeta. O acidente que matou Luis Ricardo aconteceu na esquina, onde hoje tem uma rotatória para controlar o trânsito no local.

O outdoor custou R$ 450 para a avó, com quem o rapaz convivia diariamente. “É uma situação de muita dor. A situação é crítica. O motorista passou por cima dele. Já são dois anos sem que tenha sido responsabilizado. E ainda nos dói muito. É como se fosse agora”, relata a avó, que pede desculpas pelo choro, que entrecorta a fala.

A mãe de Luis, a costureira Maria José da Silva, mal consegue falar sobre o episódio sem manifestar a raiva pela impunidade e a dor pela perda. E, como a avó, chora muito. “O homem que fez isso teve chegou a dizer na polícia que, na hora do acidente, achou que um pneu do carro havia estourado”, relembra. “Como assim, um pneu estourado? O meu filho estava de moto, uma moto barulhenta. Como ele não viu? Como não viu que passou por cima?”, se pergunta a mãe.

A família contratou advogado e entrou na justiça contra o motorista envolvido no acidente. Segundo a mãe e a avó do rapaz, por um erro dos policiais que atenderam a ocorrência, o motorista não fui submetido a um teste de bafômetro. “Ele só podia estar embriagado”, diz a mãe. Que chora e pede desculpas, por não ter nem força para falar mais sobre o caso. “Só queremos justiça”, encerra.

O ACIDENTE

Luis Ricardo da Silva Rodrigues, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos provocados pelo acidente que sofreu naquela sexta-feira, 12 de junho de 2020. No hospital, ele morreu devido a falência múltipla de órgãos. Ele pilotava uma moto Honda CBX 250, quando foi atingido por um veículo Corsa no cruzamento da Rua Antonio José de Oliveira com a Avenida Irati. O motociclista teve uma perna amputada devido à gravidade da lesão que sofreu no acidente e teve forte hemorragia.

Imagens de câmeras de segurança obtidas na ocasião mostram que a vítima ainda tentou abandonar a moto ao perceber a batida. A Polícia Militar atendeu o acidente de trânsito e liberou o carro com o motorista, que não teve ferimentos, enquanto a moto foi encaminhada ao pátio do Detran. Luis Ricardo era habilitado apenas para carros.

O rapaz era filho de um funcionário do Samu em Apucarana. Na ocasião, ele foi informado pelos colegas sobre o socorro do filho, encaminhado ao hospital, em estado grave. 

ASSISTA AO VIDEO DO ACIDENTE QUE VITIMOU LUIS RICARDO