A feira de economia solidária estreou nesta sexta-feira (30) no recém-inaugurado Espaço das Feiras, reunindo barracas de gastronomia, artesanato, plantas suculentas, mel e orgânicos certificados. Os clientes e expositores elogiaram a iniciativa e disseram, unanimemente, que a cidade precisava de um espaço nesses moldes e que, com certeza, atrairá turistas de outras localidades do entorno.
No mesmo horário (todas as sextas, das 14h às 21h), a feira no Conjunto Habitacional João Paulo continuará funcionando. “É aí que entra a palavra solidariedade, da Rede de Mulheres Solidárias. As empreendedoras se dividem entre as duas feiras, uma ajudando a outra, porque esse é o espírito que temos na economia solidária”, afirma a superintendente da Secretaria da Mulher Eliana Rocha. Para ela, as mulheres estão “muito empolgadas” com mais esse espaço de comercialização de seus produtos. “Elas não têm que montar e desmontar barracas, o ambiente é adequado, amplo, arejado. Foi um ganho enorme para nós, graças ao apoio da Prefeitura, que sempre estimulou e acreditou nesse modelo de geração de trabalho e renda”, reforça.
O prefeito Junior da Femac lembra que o Espaço das Feiras estará aberto a todas as iniciativas comunitárias. “Temos uma estrutura adequada e funcional, que também passa a sediar a Feira da Economia Solidária e esperamos que tenha sucesso, sendo prestigiada pelos consumidores de Apucarana e Região”, afirmou. A secretária da Mulher e Assuntos da Família Denise Canesin disse que a economia solidária ganha um espaço na área central da cidade, que vem acrescentar aos 15 pontos de comercialização já disponíveis às empreendedoras. “É graças ao estímulo que recebemos, à dedicação das mulheres da Rede e ao apoio incondicional da Prefeitura que seguimos com uma economia solidária que se firma todos os dias como inspiração para nossa região e para o Estado do Paraná.”
As hortaliças, temperos, raízes e frutas orgânicas certificadas da empreendedora solidária Leninha Gomes, do sítio Terra dos Ventos, estavam presentes em uma barraca ao lado dos produtos da Horta Solidária (Espaço Empreender). Taioba, abobrinha e abóbora, limão cravo, beterraba, açafrão, tomilho, manjerona, alfaces frisê, americana, roxa, rúcula, chicória, almeirão, alho poró: a barraca é uma festa para os sentidos e para a vida saudável – já que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. “Nós estamos acreditando muito em mais essa oportunidade de comercializar nossa produção. As pessoas precisam conhecer mais a produção orgânica, que tem a falsa imagem de ser mais cara. Mas não é. E estamos formando novos produtores orgânicos para a região, que já estão na etapa de manejo da terra, por onde tudo começa. Leva cerca de um ano para obter a certificação”, explica Leninha. “A pessoa tem que experimentar para ver a diferença no sabor. Quem não experimenta não sabe.”
Sem desperdício
As pequenas cenouras, colhidas pela manhã, na barraca vizinha aos orgânicos, são da Horta Solidária, do pedaço de terra cuidado pela empreendedora Marli Rodrigues. Ela está na horta desde janeiro e, além de alimentar a família, vende o excesso de produção. Também doa o que é levado à feira e não vendido. “Já foi colhido e nada pior do que o desperdício. Então doamos para outras famílias, para entidades que cuidam de quem precisa. Às vezes pode fazer toda diferença para aquela pessoa que recebe”, diz. A sexta foi a primeira vez de Dona Marli em uma feira.
Maura Fernandes, coordenadora do Espaço Empreender e responsável pela Horta Solidária, considera que foi um ganho muito significativo para as expositoras e para os clientes essa oportunidade de comercialização dos produtos. “Estamos todos muito felizes em estar nessa estreia, num espaço tão limpo, amplo e acolhedor.” A horta beneficia 16 famílias e o modelo está em expansão. Em breve haverá uma horta também no Conjunto Habitacional Dom Romeu Alberti.
Churros, pastéis e lanches, além dos já tradicionais pães de mel e sonhos, pudins e cucas, são comercializados pela empreendedora Néia França. Ela está na feira às sextas e aos domingos. “O espaço é perfeito, maravilhoso. A cidade precisava de um espaço assim.” Com ela concorda a cliente Leni França, que visitava o Espaço das Feiras pela primeira vez. “Acho que ficou perfeito. Passei aqui no sábado, mas estava muito cheio. Resolvi voltar em um momento em que tivesse menos movimento. O espaço é bem feito, bem instalado e organizado. Estou adorando. Já comprei bolo e caracóis húngaros”, disse.
A recém-inaugurada Casa do Mel também está presente na feira. O diretor Maurício Gregório afirmou que as expectativas são as melhores possíveis. Ele disse que em breve os produtos terão um memorial descritivo, com informações sobre a espécie de abelha e qual o tipo de mel. “No momento temos o mel da Apis melifera¸ abelha europeia e africana. Na semana que vem teremos mel das abelhas jataí e das abelhas borá, além de favos de mel e cera”, relata.
Capacitação
A superintendente da Semaf, Eliana Rocha, afirma que a economia solidária vem tendo enorme procura, mas para integrar a Rede de Mulheres Solidárias há o imperativo de fazer o curso de capacitação – requisito sem o qual não é possível ser membro da rede.
Se você está interessado em mais informações, ligue para o Espaço Mulher (Rua Oswaldo Cruz, 432) no (43) 3122-0457