O lojista Henrique Fortuna, dono de uma loja de confecções no centro de Apucarana, nas proximidades do terminal urbano está indignado. Ele teve a loja furtada duas vezes em 15 dias. A mais recente, na madrugada desta sexta-feira (16). “Deve ser até a mesma pessoa que fez isso”, diz, ao relatar que o método foi o mesmo: alguém quebra o vidro e leva as peças de roupa que estão na vitrine. Ele se diz indignado com a impunidade.
Nos últimos três meses, pelo menos 80 furtos foram registrados em estabelecimentos comerciais de Apucarana: 19 em julho, 36 em agosto e 25 só nas duas primeiras semanas de setembro. Desse total, 62,5% ocorreram em lojas do centro. Além do entorno da Praça Rui Barbosa, os crimes vêm ocorrendo com mais frequência nas ruas Ponta Grossa, Oswaldo Cruz e Avenida Curitiba. Os dados foram obtidos pela Tribuna a partir da análise dos Boletins de Ocorrência (BO’s) divulgados diariamente pela Polícia Militar (PM).
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Entre as providências para repor o vidro quebrado da fachada e encontrar soluções para aumentar a segurança na loja, Henrique passou a manhã recebendo manifestações de solidariedade de lojistas, clientes e até de populares que passam no local e vêem o estrado na vitrine. “O que a gente houve de todos é a indignação. Principalmente porque ninguém é punido por isso”.
Segundo ele, a cada furto, entre em peças levadas e com os danos na vitrine e no sistema de alarme, a empresa tem prejuízo que passa dos R$ 3 mil. “Mas o prejuízo maior é o que isso acarreta, a sensação de impunidade”, reiterando a indignação. “Fica a sensação de impotência. O que fazer para resolver isso? O que fazer para mudar? Quantos já foram presos? Como arrochar para o lado dos criminosos?”, indaga o empresário.
Para Henrique, que tem a loja há 17 anos, os furtos são novidades. Ele conta que, fora os dois episódios repetidos em 15 dias em sua loja, só teve um caso anterior de furto, em 2005. “A gente não tem poder para tomar atitude”, diz. Ao autorizar ser fotografado pela reportagem do TNOnline, na grade que separa a vitrine do interior da loja, Henrique Fortuna faz um trocadilho sobre sua indignação.
Henrique Fortuna diz que está conversando com outros lojistas para voltarem a procurar as autoridades públicas municipais e das forças de segurança para cobrar providências. “Todos que falaram comigo nesta manhã também estavam indignados. A gente precisa exigir providências”, afirma.“O empresário está preso, atrás de grades, enquanto os ladrões estão soltos, livres para cometer seus crimes”
- Para Henrique, empresário
O empresário lembra, por exemplo, que a prisão dos responsáveis por furtos só pode acontecer se for em flagrante. “Só é preso se for pego com a mão na massa, na hora do crime. Por isso os criminosos continuam cometendo os crimes”, especula. A loja do empresário tem sistema de monitoramento por vídeo. Ele vai encaminhar as imagens para a Polícia, na esperança que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados.