Depois da gasolina, etanol está mais caro nas bombas

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 10/05/2021
Depois da gasolina, etanol está mais caro nas bombas

Depois da gasolina, que registrou várias altas no início do ano, agora o etanol está mais caro. A cotação do preço médio do combustível hidratado derivado da cana-de-açúcar sofreu variação média de R$0,25 por litro entre abril e maio deste ano.

Conforme os estabelecimentos do ramo ouvidos pela Tribuna, há ainda a previsão de um novo reajuste de R$ 0,35 por litro para os próximos dias.

Na avaliação de especialistas, a alta tem relação com os impostos atrelados aos preços, valorização do dólar e safra com queda na produção do etanol. 

Dados do sistema de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que no mês passado o preço mínimo do etanol era R$ 3,889 e o máximo R$ 4,29 por litro nos postos de Apucarana, preço médio de R$ 4,08.

Na pesquisa, o litro do etanol era comercializado entre R$ 4,18 e R$ 4,49, preço médio de R$ 4,33. Proprietário de um posto de combustíveis na cidade, Wellington Kreb, informa ainda que há um novo reajuste de R$ 0,35 centavos por litro. “Já chegou um novo carregamento mas achamos melhor ainda não repassar o valor ao consumidor”, comenta. 

De acordo com o empresário o diesel também começou a chegar mais caro aos postos com o fim da isenção de PIS/Cofins. 

 ARAPONGAS

Em Arapongas o preço médio do etanol é R$ 4,29, 3% maios que abril: R$ 4,162. A cotação mais alta foi verificada a R$ 4,59 o litro e a menor a R$ 3,99 nesta sexta-feira. No mês passado, o combustível era comercializado entre R$ 3,919 e R$ 4,39 o litro. A reportagem conversou com funcionários de dois estabelecimentos do ramo de Arapongas que confirmaram a previsão de um novo reajuste de preço que deverá ser repassado aos consumidores nos próximos dias. 

O economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) campus Apucarana relaciona a alta do etanol com a valorização do dólar que impacta nos preços dos combustíveis e de todos os demais bens, e de uma safra com queda em produção de etanol, o que reduz a oferta do combustível. 

“Com a valorização do dólar frente ao real, sem controle e regulação, as grandes produtoras preferem produzir e exportar açúcar ao invés de etanol, uma vez que o açúcar rende mais divisas via exportação. E o consumo do álcool está diminuindo com a retração de renda dos brasileiros”, analisa.

Os impostos atrelados ao preço do etanol são outra variante que causam um impacto importante nos preços, observa o economista. “Os postos oferecem diversos serviços fora a venda de combustível, logo o combustível não aparece como fator crucial de competição entre os agentes do setor, por isso os repasses tem ocorrido acima da média da inflação do período. Ao consumidor resta pesquisar e torcer para que os preços não saiam do controle e ultrapasse suas possibilidades de renda”, afirma.